O primeiro-ministro de Israel, Bejnamin Netanyahu, condenou a invasão da Turquia no nordeste da Síria e alertou sobre um possível extermínio do povo curdo na região.
“Israel condena veementemente a invasão turca das áreas curdas na Síria e alerta contra a limpeza étnica dos curdos pela Turquia e seus representantes. Israel está preparado para estender a assistência humanitária ao corajoso povo curdo”, disse o primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu no Twitter.
Israel strongly condemns the Turkish invasion of the Kurdish areas in Syria and warns against the ethnic cleansing of the Kurds by Turkey and its proxies.
Israel is prepared to extend humanitarian assistance to the gallant Kurdish people.— Benjamin Netanyahu – בנימין נתניהו (@netanyahu) October 10, 2019
Invasão
Na quarta-feira (9), a Turquia invadiu o nordeste da Síria. Erdogan quer criar uma ‘zona segura’ de 32 Km ao longo da fronteira com o norte da Síria. O país recebeu mais de 3,6 milhões de refugiados sírios e deseja transferir pelo menos 2 milhões deles para esta zona segura. Mas nesta área, que faz fronteira com o sul da Turquia, também há combatentes sírio-curdos; e Erdogan quer eliminar os curdos na região.
“Há muito pânico entre o povo”, disse a coalizão liderada pelos curdos SDF (Forças Armadas Democráticas da Síria), em resposta à medida.
Curdos
Existem mais de 30 milhões de curdos em todo o mundo. Eles têm sua própria língua e cultura, mas nenhum país. Eles são, portanto, o maior grupo étnico do mundo sem um Estado. Após a queda do Império Otomano, eles se espalharam para vários países, incluindo Turquia, Iraque, Síria e Irã.
Nesses países, eles vivem em desacordo com o governo. Sua língua e cultura são frequentemente reprimidas com intimidação e violência. Os curdos estão, portanto, lutando há décadas por seu próprio Estado autônomo.
Existem vários movimentos de independência, um dos mais conhecidos é o PKK na Turquia. Ele cometeu muitos ataques no passado. A Turquia os vê como terroristas, assim como os EUA e a UE.
Reações de países
Muitos países criticaram a invasão turca do norte da Síria. Além de Israel, vários países membros da UE, Índia, Egito, Israel, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Arábia Saudita. Os Estados Unidos, através do vice-ministro da Defesa, Mark Esper, e do ministro das Finanças, Steven Mnuchin, comunicaram que não apoiam a Turquia.
Nesta sexta-feira (11), Mar Esper disse que os EUA aconselharam a Turquia a não invadir a Síria e estão pedindo que o país saia em breve.
A comunidade internacional pretende abrir o caminho para sanções contra a Turquia. Nenhuma sanção ainda foi imposta.
No entanto, Erdogan respondeu às críticas.
“Não importa o que os outros países digam, não vamos parar”, respondeu Erdogan às “ameaças” dos outros países.