Denis Lisov, um pai cristão russo e residente na Suécia, pediu asilo à Polônia para sua família, após o Estado sueco entregar suas filhas à uma família muçulmana libanesa, a 480 quilômetros de distância.
De acordo com o canal de notícias sueco Samhällsnytt, a decisão dos serviços sociais suecos, de colocar as três filhas cristãs em uma família libanesa muçulmana, virou um escândalo internacional envolvendo a Polônia e a Suécia.
Há 7 anos, Denis veio para a Suécia. Em 2017, sua esposa adoeceu, e o serviço social do país decidiu levar suas filhas para uma nova família. Com o argumento de que Denis não possuía um emprego em tempo integral, ele foi considerado pelo Estado como incapaz de cuidar das crianças, e estas foram entregues à família muçulmana.
Denis formalmente ainda mantém a custódia das filhas, mas a Suécia permitia a ele, apenas o direito de vê-las seis horas por semana.
A família russa não teve a oportunidade de defender seus direitos. As meninas não queriam ficar nesta nova família muçulmana, onde foram obrigadas a passar 1 ano e também tão distante de seu verdadeiro pai.
Denis se desesperou, tomou as suas filhas e decidiu voltar para a Rússia. No entanto, ele foi barrado no aeroporto de Varsóvia, na Polônia. Pois, as autoridades suecas haviam relatado o desaparecimento de suas filhas. Então, Denis optou por solicitar asilo na Polônia.
Um tribunal polonês determinou que o serviço social sueco havia violado uma convenção da União Europeia, que proíbe a colocação de crianças em ambientes culturais estrangeiros. O tribunal também observou que os direitos de paternidade de Denis não haviam sido revogados, razão pela qual as crianças puderam ficar com o pai.
“As crianças têm um vínculo muito forte com o pai, me disseram que querem ficar com o pai e que o amam; não querem se separar dele”, disse a juíza Janeta Seliga-Kaczmarek ao Samhällsnytt.
Segundo Denis, as meninas mais novas não sofreram tanto com a mudança, mas sua filha mais velha passou por problemas para se adaptar ao ambiente hostil da família muçulmana.
Seu advogado, Bartosz Lewandowski, informou em sua conta no Twitter, que a família Lisov está feliz, reunida e descansando.
“A Polônia é um país lindo. Está florescendo em meus olhos, porque aqui finalmente posso estar com meu pai ”, disse Sofia Lisov, filha mais velha de Denis, depois do veredicto do tribunal.
As ações do tribunal também foram elogiadas pelas autoridades da Polônia.
“O tribunal decidiu que as crianças ficarão com o pai. Parabéns à polícia federal ”, comentou o ministro do Interior da Polônia, Joachim Brudziński, em sua conta no Twitter.
Na Suécia, os serviços sociais têm a possibilidade de retirar imediatamente e à força, crianças e jovens até a idade de 19 anos de suas famílias, caso entendam ser necessário.
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