Um estudo de 2019 da Universidade da Virgínia (UVA) mostra que, as chances de uma mulher se machucar gravemente em um acidente frontal são 73% maiores que as chances de um homem, mesmo que usem cinto de segurança.
Para o estudo, os pesquisadores analisaram dados de uma amostra nacionalmente representativa de 22.854 acidentes frontais relatados pela polícia que ocorreram nos Estados Unidos entre 1998 e 2015. O estudo também considerou a idade, a altura e o índice de massa corporal, além da gravidade da colisão e do ano do modelo do veículo.
Diferenças dos sexos
De acordo com a Administração Nacional de Segurança no Trânsito nas Rodovias (NHTSA), parte do Departamento de Transporte dos EUA, essa diferença decorre de testes de segurança, que são realizados apenas com modelos que refletem o corpo masculino. A estrutura de segurança dos carros é, portanto, perfeitamente adaptada ao corpo masculino, mas não à figura das mulheres.
Segundo o NTSH, o problema é conhecido há anos: já na década de 1980 ficou claro que os corpos masculino e feminino reagem de maneira diferente em caso de acidente, relatou o Consumer Reports.
Após a investigação da década de 1980, as autoridades legislativas apresentaram uma petição para o uso de uma boneca-modelo para os testes. Em 1996, um grupo de fabricantes de automóveis também solicitou o mesmo. Seus pedidos não foram respondidos até 2003, mas o design pareceu perder seu objetivo. O modelo acabou por srepresentar apenas cerca de 5% da população feminina. A boneca-modelo foi feita com menos de 1,60 metros de altura e pesava 50 quilos.
De acordo com o NTSH, atualmente não existe uma boneca que represente a mulher média. Os supervisores disseram que isso não acontecerá em breve, porque leva de 20 a 30 anos para projetar e desenvolver um novo modelo.
“A realidade do progresso no campo da segurança do carro é que a segurança depende muito da regulamentação. A indústria de modelos e os fabricantes de automóveis não darão esse salto por conta própria”, disse Emily Thomas, engenheira de Segurança Automotiva do Consumer Reports.