O papa Francisco anunciou que a Igreja Católica planeja introduzir o “ecocídio” ou “pecado ecológico” no catecismo, “já que o comportamento contra o meio ambiente causa danos à casa comum”, disse Bergoglio durante seu discurso no XX Congresso Internacional da Associação de Direito Penal, realizado em Roma na semana passada, informou a Europa Press.
Durante o congresso, o papa definiu o “novo pecado” como qualquer “ação ou omissão que se manifesta em atos e hábitos de poluição e destruição da harmonia ambiental”.
O papa então avisou que estava observando um comportamento “suicida” por parte de um sistema econômico mundial que transformou o planeta em um “depósito de lixo”.
Além disso, Francisco disse que “o estilo de vida atual é insustentável” e denunciou o “mecanismo consumista compulsivo” que contribui para a destruição do planeta.
Em suas recentes declarações sobre o conceito de “ecocídio”, Bergoglio não se afastou dessa posição. Ele afirmou que “a Igreja planeja introduzir um ‘pecado ecológico’ contra a casa comum no catecismo da Igreja Católica, porque é uma obrigação”.
Bergoglio disse que o “ecocídio” é entendido como “a contaminação maciça de ar, terra e recursos hídricos, destruição em larga escala da flora e fauna e qualquer ação capaz de produzir um desastre ecológico ou destruir um ecossistema”.
“Um senso elementar de justiça imporia que alguns comportamentos, pelos quais as empresas são geralmente responsáveis, não sejam deixados sem punição. Em particular, todos aqueles que podem ser considerados ‘ecocídios'”, disse o Papa Francisco durante sua reunião com criminalistas.
Ele acrescentou que o mundo está enfrentando “crimes contra a paz”, que devem ser reconhecidos como tal pela comunidade internacional.
“Nessa circunstância, e através dela, eu gostaria de chamar todos os líderes e líderes do setor para contribuir com seus esforços para garantir a proteção legal adequada de nossa casa comum”, acrescentou o Papa.
No documento final do Sínodo da Amazônia, os bispos insistiram precisamente na necessidade de definir o pecado ecológico “como uma ação ou omissão contra Deus, contra outros, a comunidade e o meio ambiente, que se manifesta em atos e hábitos de poluição e destruição da harmonia do meio ambiente, bem como na transgressão contra os princípios da interdependência e a ruptura das redes de solidariedade entre criaturas e contra a virtude da justiça”.
No final do Sínodo, os bispos também insistiram em criar “ministérios especiais” para a promoção da Ecologia Integral no nível paroquial e em cada jurisdição eclesiástica, cujas funções incluem, entre outros, o cuidado do território e das águas, bem como a promoção da encíclica ‘Laudato si’.
“A Ecologia Integral não é mais um caminho que a Igreja pode escolher para o futuro neste território, é o único caminho possível, porque não há outro caminho viável para salvar a região”, enfatizaram os bispos.