Parlamentares dos Estados Unidos começaram a lançar ofensivas no Senado e na Câmara com projetos para pressionar o imediato reconhecimento do resultado das eleições brasileiras, marcadas para o mês de outubro.
A iniciativa é capitaneada pelo senador Bernie Sanders. No texto, ele quer que o governo de Joe Biden reconheça automaticamente quem quer que seja eleito presidente em outubro. Em caso de golpe, pede que as relações entre os países sejam suspensas.
Caso aprovada, a resolução define que o Senado defenderá que seja empossado como chefe do Executivo quem for reconhecido vencedor pela Justiça Eleitoral brasileira.
Vale lembrar que o instrumento, apesar de estar em andamento no Legislativo, não tem força de lei nem obrigaria a Casa Branca a adotar a mesma posição.
A pauta precisa ser aprovada pela maioria simples dos parlamentares presentes em uma sessão. Ainda não há previsão para que ela seja colocada em votação.
Além de Bernie Sanders, assinaram a representação os seguintes senadores democratas: Elizabeth Warren, Tim Kaine, Richard Blumenthal, Patrick Leahy e Jeff Merkley. Na Câmara, o texto leva o nome dos deputados democratas Jamie Raskin, Sara Jacobs e Raúl M. Grijalva.
“O destino da democracia brasileira, que está sob ataque diário do presidente Bolsonaro, e das relações entre EUA e Brasil será decidido nas próximas eleições”, declarou o senador Patrick Leahy em comunicado. “O governo Biden deve deixar inequivocamente claro que os custos de subverter uma eleição livre e justa serão imediatos e severos”, acrescentou.
Em agosto, em entrevista à Folha de S.Paulo, Bernie Sanders evitou criticar o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas disse que “se o resultado [da eleição] se desdobrar em algo ilegal, se houver um golpe militar que coloque no lugar um governo ilegal, os EUA têm que deixar isso muito claro: o Brasil não terá apoio, financeiro ou de qualquer outro modo”.