Internacional

Reunião de emergência da OMS sobre o vírus chinês

A Organização Mundial da Saúde das Nações Unidas se reunirá amanhã (22) em Genebra para uma reunião de emergência sobre o vírus corona.

O vírus é identificado como vírus corona – um tipo de vírus que pode causar várias doenças, que variam do resfriado comum à SARS, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave. A SARS infectou pela primeira vez pessoas no sul da China, no final de 2002 e se espalhou para mais de duas dúzias de países, matando quase 800. O governo comunista chinês inicialmente tentou ocultar a gravidade da epidemia de SARS, mas seu encobrimento foi exposto por um médico de alto escalão.

Como na SARS, os sintomas se assemelham aos da gripe, com febre e tosse. Problemas respiratórios podem ocorrer posteriormente e o vírus pode se mover para os pulmões. Mais de 290 pessoas já foram infectadas com o vírus corona, embora autoridades de saúde mundial afirmam que esse número também pode ser muito maior.

As autoridades de saúde na China e em outros lugares estão agora tentando evitar a repetição do que aconteceu com a SARS com este atual surto de vírus corona. Acredita-se que o recém-descoberto vírus corona seja menos sério que o SARS, já que centenas de pessoas que entraram em contato próximo com pacientes diagnosticados não ficaram doentes, indicando a possibilidade de o vírus não ser transmitido facilmente entre humanos.

Alerta máximo

As autoridades de saúde de todo o mundo estão em alerta máximo sobre este vírus misterioso originário da China. O vírus anteriormente era detectado apenas em animais. No entanto, acredita-se que um surto tenha começado com pessoas que foram contaminadas por animais em um mercado de alimentos frescos na cidade de Wuhan, no centro da China.

O chefe de uma agência do governo chinês confirmou a transmissão entre humanos. Duas pessoas na província de Guangdong, no sul da China, foram contaminados através de familiares que estiveram em Wuhan, informou a mídia estatal.

Até agora, 291 pessoas contraíram o vírus na Ásia e 4 morreram. O surto ocorre quando o país entrou em seu período mais movimentado de viagem, quando milhões de pessoas embarcam em trens e aviões para o feriado do Ano Novo Lunar.

Casos em outros países

As autoridades da Tailândia e do Japão já identificaram pelo menos 3 casos, todos envolvendo viagens recentes à China.

A Tailândia tem passageiros de aeronaves de áreas de risco na China examinados nos aeroportos de Bangcoc, Chiang Mai, Phuket e Krabi. Qualquer pessoa que apresenta sintomas fica em quarentena por 24 horas como precaução.

Durante o Ano Novo Chinês ou Ano Novo Lunar, cerca de 1.300 passageiros por dia chegam de Wuhan à Tailândia. Essa metrópole chinesa é o epicentro do surto de vírus. O ministro da Saúde tailandês, Anutin Charnvirakul, disse que os passageiros estão sendo examinados “sem exceção”.

Taiwan e Vietnã também intensificaram a triagem e emitiram um aviso de viagem.

A Coreia do Sul relatou seu primeiro caso na segunda-feira (20), quando o exame de uma chinesa de 35 anos de Wuhan deu positivo para o novo vírus, um dia depois de chegar ao aeroporto de Seul, Incheon. A mulher foi isolada em um hospital estatal da capital sul coreana. A Coreia do Sul é um dos seis países asiáticos que estão rastreando os passageiros das companhias aéreas vindas do centro da China.

Nos EUA, no último fim de semana, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (em Inglês, CDC) começaram a rastrear centenas de passageiros que chegavam de Wuhan, na China, em três aeroportos com o maior afluxo de passageiros daquela área.

Pelo menos 100 funcionários do CDC foram enviados para o aeroporto JFK em Nova York, LAX em Los Angeles e SFO em San Francisco. Eles estão medindo a temperatura e questionando os passageiros que chegam, verificando os sintomas do vírus que podem parecer à primeira vista como um resfriado comum, gripe ou até pneumonia.

Na Austrália, os passageiros dos três voos semanais de Wuhan serão verificados quanto a sintomas do vírus no aeroporto australiano de Sydney a partir de quinta-feira (23). Os passageiros receberão um folheto informativo e serão solicitados a relatar quando são (ou foram) afetados por uma febre ou outro sintoma suspeito.

“Não podemos impedir completamente que o vírus entre no país. É provável que o período de incubação dure uma semana”, alertou o principal consultor médico do governo australiano sobre a proteção limitada que as medidas oferecem.