A China construirá mais bases militares no exterior, no contexto da “Nova Rota da Seda”, afirmou o Pentágono, em seu novo relatório sobre o poder militar da China, publicado nesta última quinta-feira (2).
“Os líderes chineses estão usando seu crescente peso econômico, diplomático e militar para aumentar seu domínio na região e expandir a influência do país no mundo”, publicou o Departamento de Defesa dos EUA, em seu relatório anual para o Congresso.
“Projetos chineses como o ‘New Silk Road’, provavelmente resultarão na implantação de mais bases militares no exterior, devido a uma necessidade de proteger esses projetos”, consta no documento.
Oficialmente, a China tem apenas uma base do exército no exterior, em Djibuti, no leste da África.
Mas, de acordo com o Pentágono, o país deseja estabelecer bases militares adicionais, em países com os quais mantém relações amistosas por muito tempo, como o Paquistão.
O Oriente Médio, o Sudeste Asiático e a parte ocidental do Oceano Pacífico também podem ser locais possíveis.
Projeto Nova Rota da Seda
Lançado em 2013, a ‘New Silk Road’ (Nova Rota da Seda) é um grande projeto de infraestrutura, com o qual a China demonstrou querer otimizar o tráfego rodoviário, ferroviário e marítimo em vários países, para melhorar o seu comércio com a Europa e a África.
Preocupação Internacional
Levando em conta as preocupações globais sobre as intenções da China em relação à Nova Rota da Seda, os EUA reagiram rapidamente ao projeto.
O Pentágono anunciou um orçamento para o próximo ano de 710 bilhões de dólares. Ao apresentá-lo, o secretário de Defesa dos EUA, Patrick Shanahan, resumiu as maiores ameaças à segurança nacional americana em três palavras:
“China, China, China”.
Os Estados Unidos ainda estão lutando contra terroristas islâmicos, e a Rússia também continua sendo uma grande preocupação.
No entanto, o ministro da Defesa priorizou o que considera um problema muito mais urgente: o rápido crescimento do exército chinês.
Shanahan não é o primeiro ministro da defesa preocupado com a China. Alguns de seus antecessores já haviam voltado sua atenção para o Pacífico, também com vistas à China.
Mas o ministro vê o problema com tanta urgência, que transcende a construção militar tradicional e a política partidária.
“Temos ignorado isso por tempo demais. A China está modernizando agressivamente seu exército e roubando tecnologia militar”, disse Shanahan perante um comitê do Senado.
Segundo Shanahan, a China está desenvolvendo um bombardeiro de longo alcance que pode transportar armas nucleares.
Assim, se juntaria aos EUA e à Rússia, que até agora, são os únicos países com armas nucleares no ar, no mar e em terra.
O ministro também falou sobre foguetes hipersônicos, que a China pode usar no espaço. Atualmente, os EUA não possuem uma boa defesa contra estes foguetes.
O avanço chinês demonstrou uma carência dos EUA em apresentar uma estratégia eficaz nesta área.
Os planos de Shanahan, não são um exagero; os chineses representam um risco de segurança e uma reação rápida é necessária.
Porém, o investimento deve ser além do exército, e também focar no combate de ataques cibernéticos nas redes americanas.
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