O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, está ‘muito decepcionado’ com a China.
Segundo a agência internacional Reuters, Tedros informou que o país comunista ainda não autorizou a entrada de uma equipe de especialistas internacionais para analisar as origens do coronavírus.
“Hoje soubemos que as autoridades chinesas ainda não finalizaram as permissões necessárias para a chegada da equipe na China”, disse Tedros durante entrevista coletiva em Genebra.
“Tenho mantido contato com altas autoridades chinesas e, mais uma vez, deixei claro que a missão é uma prioridade para a OMS”, acrescentou.
Acusações graves
Diversos países têm acusado a China de ter negligenciado informações importantes vindas de Taiwan sobre o novo coronavírus.
Recentemente, no final de dezembro de 2020, documentos secretos do governo chinês publicados no sábado pelo jornal norte-americano The New York Times e pela organização de jornalismo investigativo ProPublica mostram como a China atuou para moldar a opinião pública e controlar a narrativa sobre a pandemia da covid-19.
A informação veio à tona após um grupo hacker autointitulado “PCC sem máscara”, em referência ao PCC (Partido Comunista Chinês), lançar os documentos.
O vazamento inclui 3.200 comunicados e 1.800 memorandos internos do governo.
A autenticidade do conteúdo foi checada por uma grande equipe de jornalistas.
O conteúdo inclui diversas mensagens enviadas por censores que trabalham para o governo chinês.
Havia ordens diretas para que sites de notícias e redes sociais manipulassem conteúdos sobre a pandemia.
Os documentos também revelam que o governo de Xi Jinping chegou a exigir que fossem feitos milhares de comentários falsos em redes sociais sobre o tema.
A articulação chinesa foi intensificada após a morte do médico Li Wenlia, que ganhou destaque mundial ao fazer graves denúncias sobre o surto viral no país no início da disseminação do vírus. Na ocasião, o Conexão Política chegou a fazer cobertura sobre as acusações feitas pelo profissional de saúde.
Por causa disso, as lideranças chinesas orquestraram orientações especiais a veículos de jornalismo, plataformas de mídia social e servidores públicos.