Neste domingo (15), durante a abertura do escritório brasileiro de negócios na capital de Israel, o deputado federal e presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, Eduardo Bolsonaro, disse que a mudança da embaixada brasileira para Jerusalém será ‘algo natural e normal’.
“Como meu pai diz, a Embaixada do Brasil se mudará para Jerusalém. Não é algo extraordinário. Deveria ser algo natural e normal”, disse Eduardo Bolsonaro, durante a cerimônia que marcou a abertura do escritório de comércio brasileiro em Jerusalém, segundo o Jerusalem Post.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em seu discurso na abertura do escritório, elogiou o relacionamento de seu país com o Brasil, dizendo que “não temos melhores amigos que o povo e o governo do Brasil”.
Apex
O escritório de negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), que está sob os auspícios do Ministério das Relações Exteriores, não possui status diplomático. Ele está situado no parque tecnológico Har Hotzvim, em Jerusalém.
Segundo o parlamentar e filho do presidente Jair Bolsonaro, a abertura do escritório trata-se do primeiro passo para a transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém.
No Twitter, Eduardo Bolsonaro comentou sobre a inauguração do escritório de negócios em Jerusalém.
“No caminho de volta para o Brasil fiz questão de parar por 10 horas em Israel para ter a honra de discursar hoje na inauguração do escritório de negócios da Apex Brasil em Jerusalem. Trata-se do 1º passo para a transferência da embaixada e do projeto presidido pelo Alm. Segovia, presidente da APEX, para incremento das relações comerciais entre os dois países. Em Jerusalém quem responderá pelo escritório é a Sra. Camila Meyer.”
“Abri minha fala relembrando o destacado papel de Osvaldo Aranha para a criação de Israel. Falei um pouco da história de Israel, da conexão dos judeus com o território, auxiliado pelo Pastor Pedrão da CBRio; citei a Bíblia ao falar de Jerusalém; da vergonha de Dilma ter recusado, por motivos ideológicos, as credenciais do Embaixador Dani Dayan, indicado por Israel para o Brasil em 2016; sobre combate conjunto ao terrorismo; dos cristãos que querem a mudança da embaixada e apoiam nossos irmãos judeus do outro lado do mundo; e finalizei com a frase bíblica ‘quem abençoar Israel será abençoado e quem amaldiçoar será amaldiçoado'”.
Presidente Jair Bolsonaro
Na sexta-feira (13), o presidente Bolsonaro se referiu à iminente inauguração da missão comercial.
“Meu filho Eduardo está em Jerusalém com Benjamin Netanyahu. Estamos abrindo um escritório comercial da Apex em Jerusalém. Acreditamos em Deus e estamos procurando o melhor para o país”, informou o Jerusalem Post.
A família Bolsonaro é considerada uma ávida apoiadora de Israel, representando uma grande base cristã que tem uma forte opinião favorável ao Estado judeu.
O Brasil ainda não reconhece oficialmente Jerusalém como a capital de Israel.
No ano passado, o presidente Jair Bolsonaro anunciou sua intenção de transferir a embaixada do Brasil, de Tel Aviv para Jerusalém. O reconhecimento de Jerusalém como capital israelense é uma promessa de campanha aos seus eleitores.
O presidente Jair Bolsonaro escreveu no final de 2018 em seu Twitter: “Israel é um Estado soberano e nós o respeitamos”, reiterando seu compromisso de campanha de transferir a embaixada para Jerusalém; sendo esta, a vontade do próprio país.
Benjamin Netanyahu disse durante a inauguração do escritório que o presidente Bolsonaro tem planos de transferir a embaixada do Brasil para Jerusalém no ano de 2020.
Posições internacionais
Até o momento, apenas dois países, Estados Unidos e Guatemala, transferiram suas respectivas embaixadas para Jerusalém.
Em 2017, o presidente dos EUA, Donald Trump, tornou-se o primeiro líder a anunciar a intenção de seu país de reconhecer Jerusalém como capital do Estado judeu. E em maio de 2018, os EUA transferiram sua embaixada para Jerusalém.
A Guatemala seguiu os passos de Trump e transferiu também sua embaixada para Jerusalém.
Em junho de 2017, a República de Vanuatu, reconheceu Jerusalém como a capital de Israel. O presidente do país, Baldwin Lonsdale, emitiu o reconhecimento como resposta à resolução controvertida da UNESCO, aprovada em outubro de 2016, que minimizava a conexão judaica com o Monte do Templo, em Jerusalém.
Em dezembro de 2017, Taiwan, anunciou Jerusalém como a capital de Israel, mas ainda não tem planos de transferir seu escritório diplomático para a cidade.
Em março deste ano, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, recebeu o primeiro-ministro eslovaco, Peter Pellegrini, o primeiro-ministro checo Andrej Babis e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbana, que anunciaram os planos da abertura de suas sedes com status diplomático, na capital israelense Jerusalém.
E em agosto, a República de Nauru, uma ilha no Pacífico, e Honduras reconheceram Jerusalém como a capital de Israel.
Em resoluções da ONU, parte da comunidade internacional sustentou que o estatuto final da cidade, só poderá ser estabelecido depois de um “acordo de paz” definitivo entre palestinos e israelenses, contrariando desta forma, a soberania do Estado de Israel.