Em conversa divulgada neste domingo (11) pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), o presidente Jair Bolsonaro surge defendendo uma CPI da Pandemia no Senado mais ampla, passando a investigar também governadores e prefeitos.
Determinada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), a comissão visa investigar as eventuais omissões do governo federal no combate ao coronavírus.
Após a decisão do magistrado do STF, um requerimento foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que solicita a extensão da apuração para gestores estaduais e municipais.
Em um dos trechos da conversa, Bolsonaro frisa a necessidade da mudança.
— Se não mudar o objetivo da CPI, ela vai vir para cima de mim. O que tem que fazer para ser uma CPI útil para o Brasil: mudar a amplitude dela, bota presidente da República, governadores e prefeitos — diz Bolsonaro, que afirmou não ter ‘nada a esconder’.
Em outro momento, Bolsonaro diz que podem transformar a CPI em um ‘relatório sacana’.
— Se não mudar, a CPI vai simplesmente ouvir o (ex-ministro Eduardo) Pazuello, ouvir gente nossa, para fazer um relatório sacana.
Bolsonaro também disse a Kajuru que é preciso analisar os pedidos de impeachment contra os ministros do Supremo.
— Uma coisa importante. Vamos lá: você tem que fazer do limão uma limonada. Por enquanto é um limão que está aí, dá para ser uma limonada. Tem que que peticionar o Supremo para botar em pauta o impeachment [dos ministros].
Kajuru deu sinal positivo, dizendo que já o fez. Em seguida, o mandatário questionou:
— Você fez para investigar quem?
— O Alexandre de Moraes — respondeu Kajuru, em referência ao pedido que está ‘engavetado’ no Senado.
Demonstrando satisfação, Bolsonaro continua:
— Parabéns para você — elogiou.
Por fim, o senador completou:
— Se ele (ministro Roberto Barroso) fez com a CPI (da Covid-19), tem que fazer com o ministro (pedido de impeachment) — declarou Kajuru.
O áudio foi divulgado nas redes sociais do próprio senador Kajuru, um dos autores da ação que levou à decisão do STF. Segundo ele, o diálogo ocorreu na noite do último sábado (10).