O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), incluiu nesta última quarta-feira (6) o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Mauro Luiz de Brito Ribeiro, na lista de investigados pelo colegiado.
O parlamentar também inseriu outras pessoas na mira da comissão, são eles: Allan dos Santos, jornalista; Otávio Fakhoury, empresário; Danilo Trento, diretor da Precisa Medicamentos; e Marcos Tolentino, dono de uma rede de TV.
De acordo com o relator, com esses novos nomes, a CPI já conta com 37 pessoas investigadas.
“Em função dos fatos verificados na investigação, na apuração, eu queria elevar à condição de investigado o senhor Mauro Luiz de Brito Ribeiro, que é presidente do Conselho Federal de Medicina, pelo apoio ao negacionismo, pela maneira como deu suporte à prescrição de remédios ineficazes e os defendeu publicamente e pela omissão de fatos criminosos”, afirmou Renan.
Após ser incluído no rol de investigados, o presidente do CFM veio a público para se posicionar.
“Esta decisão não causa surpresa, diante da narrativa falaciosa adotada pela CPI ao longo de sua existência, transformando a Comissão num palco midiático para embates políticos e ideológicos”, afirmou Ribeiro.
O médico afirmou ter, “desde o início desses trabalhos”, se colocado “à disposição da CPI para, em depoimento, esclarecer todas as dúvidas dos parlamentares”.
Ainda de acordo com ele, o fato de o colegiado não ter marcado uma data para a oitiva significa que os senadores “deixaram clara sua opção de dar palanque àqueles que mantém um discurso alinhado com determinada visão, distante da realidade enfrentada pelos médicos na linha de frente contra a covid-19, e não dar voz ao Conselho Federal de Medicina (CFM) como representante daqueles que têm dado o máximo na luta contra essa doença, às vezes com o sacrifício de sua própria saúde ou vida”.
“Diante disso, eu – assim como o CFM – mantenho firme minhas convicções em favor da autonomia do médico e do paciente, princípio milenar hipocrático que é pilar da prática da medicina, o qual deve ser defendido – hoje e sempre – sob qualquer circunstância”, finalizou.