O relator de uma das representações contra Daniel Silveira (PTB-RJ) no Conselho de Ética da Câmara, Alexandre Leite (DEM-SP), pediu nesta terça-feira (22) a suspensão por quatro meses do exercício do mandato parlamentar e de todas as prerrogativas regimentais do deputado.
Neste processo, Silveira responde por ter gravado e divulgado uma reunião do PSL, em 2019, quando se discutiu a permanência ou não do deputado Delegado Waldir (PSL-GO) no cargo de líder do partido.
Na avaliação de Leite, o ato não é postura condizente com a atuação de um congressista.
“A utilização de gravações clandestinas como instrumento de denúncia ou de arapongagem claramente não se coaduna com o papel de quem tem o dever de zelar pelo estado democrático de direito e de defender os direitos fundamentais definidos na Constituição Federal”, afirmou o relator.
OUTRO LADO
Daniel Silveira argumentou que a situação é uma questão interna do partido e que a reunião não era secreta.
Segundo o deputado, a divulgação do áudio foi em “legítima defesa do presidente Jair Bolsonaro”.
Na época, Silveira admitiu ter gravado a reunião em que Delegado Waldir chama o chefe do Executivo de “vagabundo” e fala que vai “implodir o presidente”. Ouça a gravação clicando AQUI.
Na visão dele, o objetivo foi “blindar” Bolsonaro na guerra declarada contra o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PSL-PE).
“Era uma estratégia pensada. Eu, Carlos Jordy (PSL-RJ), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Carla Zambelli (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF). Todo o grupo do Jair para gente poder blindar o presidente”, declarou, na ocasião.