Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL), Eduardo Braga (MDB-AM) e o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) foram indiciados pela Polícia Federal sob a acusação de terem recebido propina para favorecer o antigo grupo Hypermarcas, hoje Hypera Pharma, do setor farmacêutico.
O trio enfrenta acusações de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A investigação, que já dura seis anos, começou como um desdobramento da Operação Lava Jato, em 2018, e vinha tramitando em sigilo até então.
Em agosto, o relatório da Polícia Federal foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e está sob a relatoria do ministro Edson Fachin, que repassou o material à Procuradoria Geral da República (PGR) para análise. A revelação do indiciamento foi feita pelo portal UOL e confirmada pelo Conexão Política.
Mandatos e defesas
Renan Calheiros e Eduardo Braga têm mandato no Senado até 2026. Romero Jucá, por sua vez, está sem mandato após perder as eleições de 2018 e 2022, o que o coloca fora do foro privilegiado. Vale lembrar que o filho de Renan Calheiros, Renan Filho, é ministro dos Transportes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto Eduardo Braga ocupa uma posição de destaque como relator da reforma tributária no Senado.
As defesas dos envolvidos reagiram às acusações. Fabiano Silveira, advogado de Braga, classificou as alegações como “ilações esdrúxulas” e sem base nos elementos da investigação. Ele menciona que não houve contato entre seu cliente e o delator, cujas declarações seriam baseadas em informações de “ouvi dizer” após quatro anos.
A defesa de Romero Jucá também repudiou o indiciamento, afirmando que o caso se baseia apenas na delação de um executivo da Hypermarcas e que a investigação seria uma tentativa de “criminalizar a política”. Segundo seus advogados, a atuação parlamentar envolve naturalmente o contato com setores empresariais.
Até o momento da publicação desta reportagem, Renan Calheiros não havia se manifestado. O espaço segue aberto para atualizações sobre o caso.