O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou nesta quarta-feira (27) o relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia aprovado pelo Senado Federal. Segundo ele, o indiciamento de deputados é “inaceitável” e motivo de “grande indignação”.
Em um duro discurso no plenário, Lira defendeu a imunidade parlamentar para expressar opiniões e disse que congressistas não podem ser responsabilizados por atos ou omissões que são de competência do Executivo.
O documento aprovado pelo colegiado pede o indiciamento de duas empresas e 78 pessoas, incluindo o presidente Jair Bolsonaro e os filhos com cargo público.
Além disso, também foram fichados seis deputados: Ricardo Barros (PP-PR), Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF), Carla Zambelli (PSL-SP), Osmar Terra (MDB-RS), Carlos Jordy (PSL-RJ).
“Para mim, é motivo de grande indignação como presidente da Câmara dos Deputados e como cidadão brasileiro tomar conhecimento das conclusões encaminhadas pelo relator da CPI da Covid do Senado Federal. É inaceitável, repito, inaceitável a proposta de indiciamento de deputados desta Casa no relatório daquela comissão parlamentar de inquérito”, afirmou.
Ontem (26), o nome do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) chegou a ser incluído na lista de indiciados do parecer final da comissão a pedido do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). No entanto, o próprio parlamentar solicitou ao relator Renan Calheiros (MDB-AL) a retirada do nome de Heinze.
A decisão foi motivada após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), afirmar, por meio de nota, que os senadores reavaliassem a proposta de indiciamento, o que considerou um “excesso” da CPI.