O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta última quarta-feira (5) que o voto impresso traria “desejo imenso de judicialização” dos resultados eleitorais e criaria “caos em um sistema que funciona muito bem”.
A declaração foi proferida durante entrevista à GloboNews. “O nosso sistema de voto em urna eletrônica é totalmente confiável”, disse. “Eu acho que o voto em cédula, inclusive é o que fala a proposta de emenda constitucional, mesmo o voto impresso pela própria urna, eu acho que seria extremamente problemática e mexeria num time que está ganhando”, criticou.
Barroso usou os Estados Unidos como exemplo de países cujos líderes ou candidatos afirmam, antes da eleição, que se perderem é porque houve fraude.
“Isso é a negação da democracia. A democracia é um jogo em que as regras valem para todos. Quem ganhar tem o direito de governar e quem perder tem que respeitar a vontade das urnas. Essa história de cantar a existência de fraude antes da divulgação do resultado e colocar sob suspeita um processo eleitoral que jamais identificou qualquer tipo de fraude é problemático”, afirmou.
PROPOSTA AVANÇA NO CONGRESSO
Apesar da declaração do presidente do TSE, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), determinou a criação de uma comissão especial para discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui o voto impresso no Brasil.
Trata-se da PEC 135/19, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), que exige a impressão de cédulas em papel na votação e na apuração de eleições, plebiscitos e referendos.
Nas redes sociais, a parlamentar comemorou: “Mais um importante passo dado. […] Obrigada, presidente Arthur Lira. Mais uma promessa cumprida. Vamos cuidar agora da instalação dessa tão esperada comissão”, escreveu Kicis.
O colegiado terá 34 titulares e 34 suplentes a serem indicados pelas lideranças partidárias. A data da instalação ainda não foi definida e depende da definição dos integrantes da nova comissão.