A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) adiou nesta terça-feira (9) a decisão no processo sobre a suspeição do ex-juiz federal Sergio Moro na condução das ações que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Primeiro a votar na sessão, Gilmar Mendes considerou que Moro foi parcial na condução dos processos. O ministro acatou os argumentos apresentados pela defesa do ex-presidiário em um habeas corpus e entendeu que o ex-juiz da Lava Jato cometeu irregularidades na condução dos trâmites.
Em seu voto, ele citou fatos que ocorreram durante a tramitação dos processos contra Lula, como a condução coercitiva do ex-presidente, autorização de escutas no escritório de advogados, suposta atuação para impedir a soltura, retirada do sigilo da delação do ex-ministro Antonio Palocci durante as eleições e o fato de Moro ter assumido cargo de ministro da Justiça.
Em seguida, Ricardo Lewandowski também entendeu que Sergio Moro conduziu os processos com interesses políticos.
Após os votos de Mendes e Lewandowski, o ministro Kássio Nunes Marques pediu vistas, ou seja, mais tempo para analisar o caso. Com isso, o julgamento foi suspenso. A data da retomada ainda não foi definida.
Carmen Lúcia e Edson Fachin, que anteriormente já tinham votado contra a suspeição, pediram para apresentar novamente seus votos e podem mudar de ideia. Em tese, o placar está 2×2 e a decisão ficaria por conta do ministro indicado por Jair Bolsonaro.