A Polícia Federal (PF) desmontou, nesta quinta-feira (24), um esquema criminoso que contrabandeava ouro e urânio a partir dos estados do Amapá e de Roraima para outras unidades federativas do país e também para a Europa. De acordo com as investigações, a organização já havia movimentado cerca de R$ 115 milhões.
Alguns detalhes da apuração não foram divulgados pela PF, uma vez que o urânio é considerado matéria-prima essencial para a geração de energia nuclear e tem a sua produção e a sua comercialização reguladas pela União.
No entanto, sabe-se que o grupo falsificava documentos a fim de “esquentar” os minerais contrabandeados, dando ao produto irregular um verniz de legalidade para facilitar o seu transporte. Os agentes também descobriram que o material era armazenado em Macapá (AP) e em Porto Grande (AP) antes de ser encaminhado a outras regiões do Brasil.
A corporação também revelou que, além da Europa, parte do ouro era vendido de forma ilegal em países como Guiana Francesa, Suriname e Venezuela. O processo de “esquentar” a matéria acontecia no distrito de Lourenço, na cidade de Calçoene, interior do Amapá. A PF suspeita que os criminosos possuíam pistas de pouso clandestinas por todo o estado.
Foram cumpridos pelo menos 11 mandados de busca e apreensão e 8 de prisão preventiva, todos expedidos pela Justiça Federal. As diligências foram deflagradas em seis estados brasileiros, mobilizando mais de 50 policiais federais. Endereços nas capitais Rio de Janeiro, São Paulo, Macapá, Natal e Palmas foram alvo de buscas.
Os envolvidos nos delitos acima descritos podem responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, usurpação de matéria-prima da União e extração ilegal de minério. Somadas, as penas podem atingir 26 anos de reclusão, em caso de condenação judicial.