O gesto de Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, que apontou em favor da suspensão da sabatina de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF), segue provocando articulações no governo.
Após o aceno, diversos senadores têm sugerido ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) a possibilidade de indicar um outro nome para ocupar a cadeira do então decano Marco Aurélio de Mello.
O nome, contudo, deve seguir uma linhagem com perfil semelhante ao que já foi apontado pelo chefe do Executivo.
Com isso em mente, aliados da base do governo estariam cogitando o nome de Humberto Martins, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), de acordo com a CNN Brasil.
Quem é
Evangélico, Martins é membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD). Natural do estado de Alagoas, ele é um grande defensor da liberdade religiosa.
Recentemente, o magistrado foi alvo de críticas dos principais veículos de comunicação do país após autorizar a retomada da construção de Museu da Bíblia em Brasília.
O argumento para paralisação da obra era que o uso das verbas do Distrito Federal estaria ferindo o princípio do estado laico. Martins derrubou a decisão e acolheu o argumento de que a instituição tem função cultural e educativa.
Ele também já foi criticado quando disse ser um ‘homem de fé’ e, portanto, ter a conduta de mencionar versos bíblicos em seus discursos.
“Esse encontro é um encontro de cidadania. O Judiciário de mãos dadas com a jurisdição. Judiciário de mãos dadas com a população. Judiciário vinculado à boa administração da Justiça. Ao lado do ministério Público, ao lado da advocacia, todos unidos pelo melhor da instituição em busca da cidadania”, afirmou durante evento virtual realizado pelo Conselho Nacional de Justiça, em maio deste ano.
Por ser adventista, Martins possui pontos doutrinários que geram discordância, como o guardar o sábado, por exemplo. Apesar disso, os membros da IASD são geralmente conhecidos por exercerem seus papéis na sociedade de forma íntegra e, de forma aplicada, servir à população e ao país.
O presidente da República, no entanto, não tem intenção de abrir mão da indicação de André Mendonça, mesmo ciente das dificuldades aplicadas para a sabatina na CCJ.