O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu que a deputada federal Flordelis (PSD-RJ) e mais oito pessoas acusadas por crimes ligados ao assassinato do pastor Anderson do Carmo sejam levadas a júri popular.
Anderson, então marido de Flordelis, foi morto a tiros em casa, em 16 de junho de 2019. A promotoria aponta a deputada como a responsável por arquitetar o crime, inclusive comprando a arma usada pelo assassino. Além da parlamentar, o MP acusa ainda três filhos e uma neta dela de participarem do delito de homicídio qualificado.
O pedido de julgamento em júri popular se deu nas alegações finais da promotoria no processo, após a realização de seis audiências, em que foram ouvidas 30 testemunhas.
Para o promotor Carlos Gustavo Coelho de Andrade, titular da Promotoria de Justiça junto à 3ª Vara Criminal de Niterói, a parlamentar e outros três filhos ainda devem ser julgados por tentativa de homicídio contra Anderson do Carmo por envenenamento, entre maio de 2018 e junho de 2019. Outros crimes associados aos acusados são uso de documentos falsos e associação criminosa armada.
Ao todo, 11 réus respondem ao processo, mas o MP-RJ pediu para não se pronunciar sobre dois deles, por considerar que as imputações não estavam tão maduras quanto as demais.
Os motivos do crime seriam o controle rigoroso da vítima sobre as finanças da família e a recusa dele em privilegiar membros da família mais próximos de Flordelis, que tem mais de 50 filhos adotivos. O órgão ministerial narra ainda que, antes do crime, os familiares tentaram envenená-lo ao menos seis vezes, todas sem sucesso.
Até o fechamento desta matéria, a defesa da deputada ainda não havia se manifestado.