O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) encaminhou um pedido a fim de que seja retirado o sigilo que impede a divulgação do salário do ex-juiz federal Sergio Moro no período em que atuou na consultoria Alvares & Marsal.
O ex-magistrado foi contratado após sua saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Investigações apontam que a companhia recebeu ao menos R$ 65,1 milhões de empresas envolvidas na força-tarefa da Lava Jato.
Em ofício endereçado ao ministro Bruno Dantas, do TCU, o procurador Lucas Furtado solicita o levantamento do sigilo financeiro de Sergio Moro.
“Venho solicitar e propor a Vossa Excelência que, na qualidade de relator, adote medidas junto ao Sr. Sergio Moro, ao Banco Central do Brasil (Bacen) e ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) visando obter toda documentação relativa ao rompimento do vínculo de prestação de serviços do Sr. Sergio Moro junto à empresa Alvares & Marsal”, diz o documento.
“Há claro conflito de interesses na relação contratual em investigação. Não se pode utilizar do manto da confidencialidade para obstaculizar o conhecimento pleno pela sociedade brasileira de fato com tamanha relevância”, acrescenta o procurador.
Em entrevista ao Flow Podcast na segunda-feira (24), o ex-juiz afirmou estar tranquilo em relação a qualquer investigação que façam sobre ele. Ao comentar acerca do contrato com a consultoria, Moro garantiu que nunca atuou em prol de empresas envolvidas na Lava Jato.