Em resposta ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a Polícia Federal (PF) informou que não conseguiu extrair dados dos três telefones celulares de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A PF não forneceu informações relativas ao período de 30 de dezembro de 2022 a 9 de janeiro de 2023. No ofício enviado a Moraes, a PF explicou que, após seis meses, não conseguiu extrair os dados dos aparelhos.
A defesa de Filipe Martins confirmou o envio do ofício pela PF nesta sexta-feira (19). Além disso, a defesa criticou a atuação da PF no caso, afirmando que a polícia insiste na acusação mesmo diante de evidências contrárias.
A Polícia Federal (PF) recebeu a solicitação do ministro Alexandre de Moraes no dia 12 de julho, com um prazo de 48 horas para responder.
Moraes questionou a PF sobre a extração de dados dos aparelhos de Filipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro, após a operadora Tim enviar dados de geolocalização que corroboram as alegações da defesa de que Martins não deixou o Brasil. Esses dados contradizem a versão da PF usada para manter a prisão de Martins.
Os dados da Tim indicam que o celular de Filipe Martins estava em Brasília no dia 30 de dezembro de 2022, data em que o ex-presidente Jair Bolsonaro viajou para os Estados Unidos.
No dia seguinte, o celular foi registrado em Curitiba, e posteriormente em Ponta Grossa (PR).
A operadora de telefonia Tim encaminhou a Alexandre de Moraes um relatório com os registros dos sinais do celular de Filipe Martins.
Martins está preso desde 8 de fevereiro deste ano por ordem de Moraes, apesar das evidências consistentes de que ele não fez a viagem que motivou sua prisão.
A defesa tem apresentado múltiplas provas de que o ex-assessor não estava a bordo do avião presidencial que levou Bolsonaro aos Estados Unidos no final de 2022, mas Moraes continua mantendo a prisão preventiva.
Como já mostrou a Conexão Política, mesmo que a presença do ex-assessor na viagem fosse comprovada, sua prisão preventiva seria considerada ilegal.
Na origem do processo, a Polícia Federal alegou que Filipe Martins viajou “sem realizar o procedimento de saída com o passaporte em território nacional” para “se furtar da aplicação da lei penal”. O relatório da Tim é mais uma informação que contraria essas alegações.
A empresa aérea Latam também confirmou que Martins embarcou para a capital paranaense no dia 31 de dezembro de 2022.
A defesa já apresentou comprovantes das bagagens despachadas de Brasília a Curitiba, a mensagem de confirmação da companhia aérea e fotos do casal com amigos na região de Ponta Grossa, para onde foram de carro após desembarcarem em Curitiba.