A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram, nesta terça-feira (26), uma força-tarefa que investiga a contratação de uma empresa estrangeira pelo Consórcio Nordeste. O contrato dizia que a companhia deveria fornecer ventiladores pulmonares durante o pico inicial da covid-19, mas nenhum equipamento foi entregue.
A PF afirma que o processo de compra teve diversas irregularidades, como pagamento antecipado no valor integral de R$ 45 milhões, sem que houvesse garantia contra eventual inadimplência por parte da contratada.
Na capital baiana, a força-tarefa se concentra em um prédio de luxo no Corredor da Vitória. Um dos alvos é Bruno Dauster, ex-secretário da Casa Civil do governador Rui Costa (PT). Além dele, empresários, laranjas e lobistas envolvidos no contrato também sofrem buscas.
Estão sendo cumpridos 14 mandados de busca e apreensão em Salvador (DF), no Distrito Federal e nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. As ordens foram expedidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O governador Rui Costa é um dos investigados na ação, mas o petista não é alvo de buscas nesta fase da operação. Ainda segundo a corporação, os envolvidos podem responder pelos crimes de estelionato em detrimento de entidade pública, dispensa de licitação sem observância das formalidades legais e lavagem de dinheiro.
O nome da operação, Cianose, diz respeito a uma patologia que pode afetar pacientes por problemas relacionados à má oxigenação do sangue, por exemplo, por uma insuficiência respiratória ou uma doença pulmonar.
Em 2020, o caso foi aberto pelo Ministério Público da Bahia (MPBA) e estava sendo tocado pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA), mas precisou ser encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) após indícios da participação de Rui Costa nos fatos.