O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu nesta terça-feira (20) o reconhecimento das atas eleitorais em poder da oposição na Venezuela e que Nicolás Maduro reconheça a derrota e abra caminho “para o regresso da democracia”.
Em comunicado, a Secretaria-Geral da OEA afirmou que “o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) ainda não conseguiu apresentar a ata pela qual (Maduro) teria vencido, o que neste momento seria risível e patético, se não fosse trágico”.
Almagro destacou que “é imperativo” que Maduro aceite as atas da oposição liderada por Edmundo González Urrutia e María Corina Machado e “consequentemente aceite sua derrota eleitoral e abra o caminho para o regresso da democracia na Venezuela”.
“Caso contrário, seria necessária a realização de novas eleições” com a presença de observadores eleitorais da União Europeia e da OEA, segundo o comunicado.
Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), defendeu a criação de um novo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) na Venezuela para reduzir as irregularidades institucionais que, segundo ele, afetaram o processo das últimas eleições, cujo resultado tem sido questionado por vários países devido à falta de transparência na apuração.
O CNE proclamou a vitória de Nicolás Maduro com 51,20% dos votos contra 44,20% do opositor Edmundo González Urrutia, com 80% das urnas apuradas e sem desagregar os dados.
A oposição antichavista afirma ter em sua posse as atas emitidas no processo eleitoral e disponibilizou um motor de busca para mostrá-las aos cidadãos.
María Corina Machado afirmou que a oposição majoritária conseguiu obter 73% das atas emitidas nas eleições presidenciais, o que deu a vitória a González Urrutia, com uma diferença “esmagadora”, ao contrário do resultado anunciado pelo CNE.
“O manual completo de gestão fraudulenta do resultado eleitoral foi aplicado na Venezuela na noite de domingo, em muitos casos de forma muito rudimentar”, lamentou Almagro.
A OEA, com sede em Washington (EUA), convocou uma reunião extraordinária para debater o resultado da eleição presidencial nesta quarta-feira (31). A sessão do Conselho Permanente foi marcada a pedido de 12 países membros, incluindo todos os governos latino-americanos que receberam ordem de Nicolás Maduro para retirar seus diplomatas de Caracas nesta segunda-feira.