O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, convocou um suposto referendo consultivo para deliberar sobre a anexação da Guiana Essequiba, um território que representa metade da Guiana, conhecido por sua riqueza em recursos naturais e alvo de uma intensa disputa. O esquerdista anunciou nas redes sociais que a votação nacional está marcada para o dia 3 de dezembro, destacando a incorporação da região.
“Nosso povo decidirá democraticamente seu futuro e destino. Em um dia que convoca a todos, para além das diferenças, pela defesa territorial e pelo respeito à nossa soberania. Essequiba é da Venezuela!”, afirmou Maduro. Em outubro deste ano, a presidência guianense expressou repúdio às movimentações relacionadas à anexação da área, declarando que rejeita “categoricamente qualquer tentativa de minar a integridade territorial do Estado soberano da Guiana”.
O Secretário-Geral da Organização dos Estados Americanos (OAS), Luis Almagro, também repudiou a postura venezuelana, alertando que a realização de um referendo pode agravar a tensão entre os países. “O mau uso deste instrumento serviu de pretexto no passado recente para tentar justificar as piores ações entre Estados, incluindo o crime de agressão”, pontuou.
O caso será analisado pela Corte Internacional de Justiça, que se reunirá na próxima terça-feira (14), no Palácio da Paz, sede do tribunal em Haia, Holanda. O encontro atende à solicitação do governo guianense por medidas provisórias acerca da situação, alegando que o referendo visa obter apoio a uma solução unilateral.