Nesta segunda-feira (30), a Universidade Católica de Leuven, na Bélgica, lançou o Student Microbiome Project (Projeto Estudante Microbioma), um estudo pioneiro sobre a relação entre a flora intestinal e a saúde mental de estudantes. Os pesquisadores acompanharão alunos durante o percurso educacional. É a primeira vez que um estudo de longo prazo é realizado nesse grupo-alvo.
Nos últimos anos, houve indicações crescentes de que há uma ligação entre a saúde psicológica e o microbioma (coleção de microrganismos no estômago e intestinos). Para estudar essa conexão, Jeroen Raes, do Laboratório de Bacteriologia Molecular, e Ronny Bruffaerts, do Centro de Psiquiatria da universidade, acompanharão os alunos por quatro anos.
Doenças genéticas
“Os voluntários enviarão anualmente uma amostra de intestino e saliva, serão submetidos a um exame médico e preencherão vários questionários que avaliam sua saúde psicológica. Os exames médicos serão usados para estabelecer uma ligação entre a flora intestinal dos estudantes e seu estilo de vida, saúde e status hormonal. Também será examinado se existe um vínculo com certos genes e doenças genéticas “, afirmaram os pesquisadores ao jornal belga HLN.
Os pesquisadores optaram pelo projeto com os alunos, porque eles frequentemente têm que lidar com problemas emocionais.
“Nosso objetivo é verificar se podemos prever quem é suscetível a transtornos mentais, com base em bactérias intestinais. Isso já foi investigado em animais, mas pouco em humanos. Optamos por fazer isso com os alunos, porque eles frequentemente enfrentam problemas emocionais, como a depressão ”, disse Jeroen Raes, professor do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Transplante da Universidade Católica de Leuven.
Novas ideias
A equipe de pesquisa também fará proveito dos anos de experiência em mapeamento da saúde emocional dos alunos, do psiquiatra Ronny Bruffaerts.
“Esta pesquisa é o resultado de uma colaboração especial entre nossos dois campos: Microbiologia e Epidemiologia Psiquiátrica. Essa combinação, sem dúvida, fornecerá muitas ideias novas”, explicou o professor Bruffaerts.