O cardeal australiano George Pell, uma das pessoas mais poderosas do Vaticano, foi condenado por abuso sexual infantil. O Tribunal considera que foi provado o abuso sexual de dois coroinhas, no ano de 1996, em Melbourne. Pell contradiz as acusações e deve apelar contra sua sentença.
Pell teria abusado dos meninos quando foi arcebispo de Melbourne em 1996. Uma de suas duas vítimas, afirmou que Pell o flagrou tomando escondido o vinho da missa, na companhia de outro coroinha, logo após um culto. Pell teria repreendido os dois garotos de 13 anos, forçando-os a praticar atos sexuais com o cardeal.
Contradizendo as acusações, “Eu considero toda a ideia de abuso sexual infantil repugnante”, disse o cardeal.
Seu advogado disse que “apenas um louco” correria o risco de abusar dos garotos em um espaço lotado, como a Catedral de St. Patrick, em Melbourne.
Nomeação no Vaticano
Em 2014, Pell foi nomeado tesoureiro do Vaticano, tornando-se um dos mais altos funcionários da Igreja Católica Romana e um dos consultores pessoais do Papa Francisco. Ele está de licença desde 2017.
Julgamento
O júri já havia dado o veredicto, em dezembro do ano passado, mas nada havia sido publicado a respeito, por ordem do tribunal. Desde o início do caso, uma proibição de publicação estava em vigor, para não influenciar o curso do julgamento, e uma segunda ação judicial contra Pell. Nesta manhã, a proibição da publicação foi suspensa.
Durante o julgamento, as vítimas o chamaram de “monstro”. Pell, que também estava presente, não respondeu às vítimas.
Cenário delicado
O veredicto contra Pell veio a público em um momento doloroso para o Vaticano. Na semana passada, o Papa Francisco convocou bispos do mundo para uma reunião no Vaticano para o debate sobre o abuso sexual dentro da igreja. O papa declarou que os perpetradores de abuso sexual são ferramentas do diabo e pediu que a igreja como um todo, tomasse as devidas medidas para a proteção das crianças.