A chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já está gerando tumulto em Portugal.
Conforme antecipamos, o líder brasileiro cumpre agenda internacional no país europeu e deve ficar em solo lusitano até 25 de abril.
Noticiamos também a movimentação de ativistas, políticos e lideranças de Portugal que articulam diversos protestos contra o petista durante a comitiva presidencial.
Até então, as reivindicações contra Luiz Inácio estavam centradas somente entre os portugueses. No entanto, um grupo de ucranianos se antecipou e deu início aos atos contra o mandatário do Brasil.
Diversas pessoas se reuniram em frente à embaixada brasileira em Lisboa, nesta sexta-feira (21), para protestar contra a presença de Lula e dos comentários recentes sobre a guerra na Ucrânia feitos por ele.
Nos últimos dias, o esquerdista causou polêmica nos Estados Unidos e na Europa, por dizer que tanto a Ucrânia quanto a Rússia eram os culpados pelo conflito, que começou quando Moscou invadiu seu vizinho em fevereiro de 2022.
Por consequência, Lula sugeriu que os Estados Unidos e os aliados europeus deveriam parar de fornecer armas à Ucrânia, alegando que o país estava prolongando a guerra.
Em reação imediata, autoridades internacionais teceram duras críticas ao Brasil. O governo ucraniano, inclusive, criticou a atitude, por tratar “a vítima e o agressor” da mesma forma.
Protestos em Portugal
A refugiada ucraniana Yana Kolomiiets, que está em solo português há quatro meses, participou do protesto em Lisboa.
Ela repudiou as declarações do brasileiro e disse ter se sentido “terrível” ao ouvir os comentários do petista.
— Isso me deixou tão chateada porque não sei como o presidente do Brasil pode apoiar Putin, que é um assassino — disse a jovem de 27 anos.
Do lado de fora da embaixada, os manifestantes seguravam diversos cartazes dizendo: “A Rússia é um estado terrorista” e “Pare de matar nossos filhos”.
— Morrem pessoas todos os dias na Ucrânia e precisamos de apoio internacional — declarou o presidente da Associação Ucraniana de Portugal, Pavlo Sadokha.
A associação de Sadokha fez uma carta à embaixada brasileira para expressar seu descontentamento. O documento foi entregue ao embaixador do Brasil, Raimundo Carreiro, e ao ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Marcio Macedo.