Donald Trump, recém-eleito presidente dos Estados Unidos, deve firmar o senador da Flórida, Marco Rubio, como seu novo Secretário de Estado. A escolha indica um posicionamento mais rígido nas relações exteriores do país, especialmente em temas sensíveis como Cuba, China e Venezuela.
Rubio, de origem cubana, construiu sua carreira política como uma voz de oposição severa em defesa dos interesses da diáspora cubano-americana e tem sido um crítico contumaz de regimes autoritários. Sua nomeação é fruto do plano de Trump de adotar uma linha pesada contra regimes hostis aos interesses americanos. Durante seu primeiro mandato, Trump retirou os EUA de várias organizações internacionais e insistiu para que membros da Otan aumentassem seus gastos militares—a expectativa é que Rubio siga reforçando essa agenda.
A nomeação também sinaliza uma recalculada de rota nas relações com a América Latina. Rubio já fez uma série de críticas diretas ao governo Lula, classificando o presidente brasileiro como um líder da “extrema esquerda” e acusando-o de proteger o regime de Nicolás Maduro, na Venezuela. Em declarações recentes, ele externou sua preocupação com a liberdade de expressão no Brasil, após a suspensão do X (antigo Twitter) durante o governo Lula.
Embora tenha sido considerado para a vaga de vice na chapa de Trump, Rubio se distanciou do presidente em alguns pontos, sobretudo no que diz respeito ao apoio à Ucrânia. O senador é um dos defensores de um esforço bipartidário para manter os EUA engajados na Otan, contrariando a tendência de Trump em buscar um caminho mais isolacionista.