A startup israelense Helios garante ter desenvolvido tecnologia para produzir oxigênio no solo lunar. Isso tornará as missões múltiplas e longas à Lua economicamente viáveis e não dependerá da Terra para combustível e outros recursos.
A empresa afirmou em um comunicado que “a iniciativa recebeu financiamento da Agência Espacial Israelense e do Ministério da Energia para desenvolver um sistema que será lançado em duas missões espaciais nos próximos três anos”.
Em entrevista ao Times of Israel, Jonathan Geifman, cofundador e CEO da Helios, declarou: “Planejamos missões com parceiros para demonstrar nosso sistema no espaço”.
Segundo Geifman, a primeira missão pode acontecer no final do próximo ano e a expedição seguinte em três anos. Mas o CEO da Helios frisou que ainda não pode divulgar os nomes dos sócios com os quais a empresa trabalhará.
Um dos principais obstáculos no envio de missões à Lua é o custo de transporte de itens da Terra para a superfície lunar. O lançamento de foguetes com carga útil requer combustível extra, portanto, quanto mais pesada a carga útil, mais combustível é necessário. Esse combustível extra aumenta o peso, o que significa que ainda mais combustível é necessário, diz a companhia em um vídeo do YouTube em seu site.
Uma base lunar e o transporte regular de ida e volta de pessoas e materiais, conforme planejado para a próxima década por empresas espaciais como a SpaceX, requer milhares de toneladas de oxigênio por ano.
A espaçonave SpaceX, quando totalmente carregada, deve pesar 1.200 toneladas, das quais 850 toneladas são apenas oxigênio. Sem falar que o custo é de centenas de milhares de dólares por quilograma para enviar qualquer coisa para a Lua, tornando as missões de longo prazo economicamente inviáveis, a menos que o oxigênio possa ser produzido no próprio satélite natural.
O processo que a empresa israelense desenvolveu é chamado de eletrólise de regolito derretido, usando um reator alimentado por “solo lunar”. Ele derrete esse solo lunar a 1600 graus Celsius e, em seguida, cria oxigênio por meio da eletrólise, que é armazenado para uso.
A empresa simulou a maioria das condições da Lua usando areia semelhante à lunar para testar seu sistema desenvolvido pela University of Central Florida, com base em amostras trazidas da Lua, explicou Geifman.
“A grande incógnita, no entanto, é como a tecnologia funciona na ausência de gravidade e, portanto, as duas missões-piloto estão planejadas para testar o método no local”, disse o CEO.