Após o adiamento do lançamento do Starship na segunda-feira (17), a SpaceX conseguiu lançar com sucesso o foguete nesta quinta-feira (20). Embora tenha havido uma pausa de um minuto para a contagem regressiva, o foguete decolou às 10h33, com apenas 28 dos 33 motores em funcionamento.
Infelizmente, o foguete explodiu quatro minutos após a decolagem, quando estava a uma altitude de 29 km, devido a uma separação imprevista. Embora ainda não haja informações sobre a causa da explosão, a SpaceX enfatizou que o aprendizado com esses testes é fundamental para melhorar a confiabilidade do Starship.
Apesar da explosão, a SpaceX celebrou a coleta de dados bem-sucedida durante a decolagem do foguete. Essa foi a primeira vez que o Super Heavy, um lançador gigante com 33 motores, foi testado em conjunto com o Starship. Embora nem todos os motores tenham funcionado, a estrutura ainda foi capaz de ganhar altitude.
O objetivo da SpaceX é usar o Starship para levar astronautas para a Lua e, eventualmente, para Marte. Embora o primeiro voo orbital tenha sido cancelado na semana passada, a empresa manteve todos os testes em terra para coleta de dados. A SpaceX tem planos de produzir cinco foguetes Starship este ano, com capacidade para transportar até 100 pessoas.
Embora a missão do Starship não tenha levado pessoas nem carga, a ideia era testar os motores e a capacidade de fazer um pouso controlado. O lançamento foi realizado em uma base da SpaceX em Boca Chica, no sul do Texas, e teve transmissão ao vivo no YouTube da empresa.
Como funciona o lançamento?
A SpaceX informou que, no lançamento, o Starship deve se desprender da base principal, que será recuperada pela equipe. Esse sistema é semelhante ao utilizado pelo foguete Falcon 9, que em 2021 colocou civis em órbita de forma inédita.
A duração prevista do voo do Starship era de 90 minutos, com partida do Texas e pouso no Havaí. O foguete voaria a uma altitude de 250 km da superfície terrestre. Os motores deveriam funcionar por seis minutos, sendo dois minutos no ar e quatro na volta à Terra. Em futuros lançamentos, a SpaceX planeja reutilizar os motores em até três lançamentos por dia, a cada seis horas.
Para que serve o Starship?
O Starship, em um primeiro momento, será utilizado em missões orbitais ao redor da Terra e da Lua. O plano de Elon Musk é ambicioso e prevê a criação de um mercado de turismo espacial, com viagens ao planeta Marte com custos entre US$10 milhões e US$60 milhões. O foguete Starship, assim como outros projetos da SpaceX, foi desenvolvido para ser reutilizável, o que reduz significativamente os custos das missões espaciais.
O novo foguete foi projetado para ser lançado em cima do Super Heavy, um lançador gigante que compõe grande parte do tamanho total de 120 metros do Starship. A NASA planeja utilizar o novo foguete para transportar astronautas tanto à órbita quanto à superfície da Lua.
Quais os desafios?
Elon Musk comentou sobre as dificuldades enfrentadas pela SpaceX durante o desenvolvimento dos motores “Raptor 2” para o foguete Super Heavy. Ele mencionou problemas como o derretimento das câmaras de propulsão dos motores devido ao intenso calor.
A viagem ao planeta Marte apresenta desafios significativos, como a duração de seis meses e a necessidade de 14 satélites em órbita para ajudar na navegação. A SpaceX planeja utilizar um sistema de reabastecimento em órbita para abastecer a espaçonave Starship antes de partir para Marte. Esse método permite transportar até 100 toneladas até o planeta vermelho e, como a nave é altamente reutilizável, o custo principal é apenas do propelente, com o custo do oxigênio e do metano sendo extremamente baixo.
Para o pouso no planeta Marte, o Starship requer uma placa térmica protetora. Embora a proteção seja projetada para múltiplas entradas em atmosferas, ainda é esperado que ocorram danos causados pela atmosfera diferente do planeta vermelho em relação à Terra.
Além dos desafios no espaço, o Starship enfrenta obstáculos terrestres, como o impacto ambiental de sua construção e lançamento. A instalação de teste e produção em Boca Chica está em avaliação pela Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) quanto ao seu impacto ambiental.