Vários membros do Congresso dos EUA pediram que o site canadense de compartilhamento de vídeos pornográficos Pornhub fosse investigado, depois que o The New York Times publicou um texto, em 4 de dezembro, alegando que o site está “infestado de vídeos de estupro”.
Em um artigo intitulado The Children of Pornhub (As Crianças do Pornhub), o colunista de opinião do The New York Times, Nicholas Kristof, descreve o site, que é considerado o “décimo site mais visitado do mundo”.
“Ele monetiza estupros infantis, pornografia de vingança, vídeos de câmera espiã de mulheres tomando banho, conteúdo racista e misógino e imagens de mulheres sendo asfixiadas em sacos plásticos”, escreveu ele. Ele também descobriu mais de 200.000 resultados de pesquisa perturbadores para menores.
Kristof relata vários exemplos de garotas que tiveram a vida mudada para sempre, depois que um vídeo delas foi enviado ao Pornhub. Ele menciona uma adolescente da Flórida que desapareceu e então sua mãe a encontrou no site em 58 vídeos de sexo.
O Pornhub, que pertence a uma empresa privada conhecida como Mindgeek, atrai 3,5 bilhões de visualizações por mês, de acordo com o jornal.
O senador republicano Ben Sasse disse ao Daily Wire na sexta-feira (4): “O Departamento de Justiça [dos EUA] precisa abrir uma investigação sobre os canalhas que dirigem a Mindgeek. A exploração sexual e o tráfico de pessoas são abomináveis, ponto final. Uma sociedade decente deveria funcionar para acabar com isso”.
“É totalmente inaceitável que o Pornhub e sua empresa-mãe, Mindgeek, ganhem dinheiro com estupro, abuso sexual e exploração de menores”, acrescentou Sasse. “Eles precisam ser investigados, e o DOJ [Departamento de Justiça] precisa de mais urgência sobre a instauração de casos contra vermes.”
Sasse já escreveu uma carta ao procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, há nove meses, pedindo uma investigação do site.
Em sua carta, Sasse escreveu:
“O alcance incrível do Pornhub tem um lado muito mais sombrio do que a imagem de diversão inofensiva que tenta projetar. Em vários incidentes notáveis no ano passado, o Pornhub disponibilizou conteúdo mundialmente mostrando mulheres e meninas vítimas de tráfico sendo estupradas e exploradas. Em outubro, a polícia da Flórida prendeu um homem que traficava uma menina de quinze anos, desaparecida de sua família há quase um ano, que havia sido submetida a abusos horríveis, que incluíam estupros repetidos e aborto forçado. Durante o abuso, seu traficante carregou mais de sessenta vídeos retratando sua exploração sexual em sites como o Pornhub. Em outro caso, seu departamento acusou os dois proprietários e dois outros funcionários de uma popular produtora de filmes pornográficos de uma variedade de crimes de tráfico sexual, por empregar uma gama perturbadora de enganos e meios coercitivos para forçar as mulheres a fazer pornografia, que mais tarde enviaram para o Pornhub contra sua vontade. De fato, o problema da transmissão de conteúdo do Pornhub com mulheres e crianças vítimas de tráfico sexual chegou a um ponto, em novembro, em que o PayPal cortou os serviços do Pornhub, recusando-se a facilitar esse abuso por mais tempo.”
O senador republicano Josh Hawley elogiou a reportagem de Kristof.
“Grande reportagem de Nick Kristof sobre a exploração que ocorre em sites como o Pornhub. É hora disso acabar. Apresentarei uma legislação para criar o direito federal de processar para cada pessoa coagida, traficada ou explorada por sites como o Pornhub”, escreveu Hawley.
Além disso, 20 membros do Parlamento do Canadá também pediram o fechamento do Pornhub, de acordo com Kristof.
Tremendous reporting by @NickKristof on the exploitation that occurs on sites like Pornhub. It’s time for it to end. I will introduce legislation to create a federal right to sue for every person coerced or trafficked or exploited by sites like Pornhub https://t.co/tOynnIILOx
— Josh Hawley (@HawleyMO) December 4, 2020