
Com a morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21), a Igreja Católica entrou oficialmente no período conhecido como sede vacante, expressão latina que significa “assento vazio”. Isso ocorre sempre que o cargo de Bispo de Roma — o papa — fica vago, seja por renúncia ou falecimento.
A partir do momento em que a morte do pontífice é confirmada pelo Camerlengo, neste caso o cardeal Kevin Farrell, uma série de protocolos é desencadeada. Segundo a tradição, o Camerlengo chama o nome de batismo do papa três vezes — Jorge Mario Bergoglio — sem resposta. Depois, sela os aposentos papais, destrói o anel do pescador e o selo oficial, encerrando simbolicamente o seu pontificado.
Funeral e luto
O funeral do Papa deverá acontecer entre quatro e seis dias após a morte, seguido por um período de nove dias de luto oficial da Igreja. Durante esse tempo, missas e cerimônias serão realizadas em honra ao pontífice falecido.
Conclave e eleição do novo Papa
Entre 15 e 20 dias após a morte de Francisco, será convocado o conclave — reunião exclusiva dos cardeais eleitores, todos com menos de 80 anos, que têm a missão de eleger o novo papa. Atualmente, são 135 cardeais aptos a votar, incluindo quatro portugueses.
O conclave ocorre na Capela Sistina, no Vaticano, sob forte sigilo. Durante todo o processo, os cardeais ficam isolados do mundo exterior, hospedados na Casa Santa Marta. A área é inspecionada para impedir qualquer comunicação ou escuta indevida.
No primeiro dia, há uma única votação. A partir do segundo, os cardeais votam quatro vezes por dia. Os votos são queimados após cada rodada: a fumaça preta indica que não houve consenso; a branca, que um novo papa foi escolhido. Para que haja eleição, o candidato precisa de dois terços dos votos.
Habemus Papam
Assim que um cardeal aceita a eleição, ele escolhe seu nome pontifício e veste pela primeira vez os trajes papais. Em seguida, o decano do Colégio Cardinalício anuncia na sacada da Basílica de São Pedro: “Habemus Papam” — “Temos Papa”.
O novo pontífice, então, aparece ao público e profere sua primeira bênção Urbi et Orbi, à cidade de Roma e ao mundo, encerrando o período de sede vacante e dando início a um novo capítulo da Igreja Católica.