A taxa de inflação mensal na Argentina registrou alta de 6,7% em março. O índice é muito acima das previsões e representa o nível mais alto em duas décadas, influenciando diretamente na disparada dos preços de alimentos e combustíveis, prejudicando o valor dos salários e o rendimento da poupança.
Para se ter uma ideia do impacto econômico, o resultado deste ano já supera o da Venezuela, que até então ocupava o topo do ranking de inflação na América Latina. Em março, a taxa no país comandado por Nicolás Maduro aumentou em 1,4%, bem menor que a registrada em solo argentino.
Os analistas financeiros previam um aumento mensal de 5,8% na Argentina, embora o ministro da Economia do país, Martin Guzmán, tenha alertado que o patamar poderia ser algo em torno de 6%.
O Instituto Nacional de Estadística y Censos de la República (INDEC) informou que a tarifa inflacionária em 12 meses atingiu 55,1% no mês, acima de uma pesquisa de especialistas da Reuters, que projetava 53,8%.
Se o ritmo continuar assim, economistas avaliam que é provável que a inflação na Argentina encerre o ano de 2022 ultrapassando 60%, podendo chegar até mesmo a 70%. Quanto maior o índice, mais os argentinos são afetados. Quase 40% da população já vive na pobreza.
Nos três primeiros meses deste ano, a taxa de inflação no território governado por Alberto Fernández e Cristina Kirchner chegou a aproximadamente 16%. Em janeiro, foi de 3,9%; em fevereiro, de 4,7%; e, em março, 6,7%.
No caso da Venezuela, a inflação foi de 6,7% em janeiro, mas teve queda em fevereiro (2,9%) e em março (1,4%). Sendo assim, alta de preços está em torno de 11% no primeiro trimestre — cerca 4 pontos percentuais inferior ao da Argentina.