O primeiro projeto do mundo para a produção de hidrogênio a partir da água do mar começará no próximo ano, em uma plataforma de gás e petróleo, no litoral de Scheveningen, bairro da cidade de Haia, na Holanda. A plataforma está equipada com o chamado eletrolisador, com o qual o hidrogênio pode ser produzido.
O projeto consiste em separar a água em oxigênio e hidrogênio por meio da eletrólise, um processo que separa os átomos de hidrogênio e oxigênio.
O hidrogênio se tornou muito requerido por servir como combustível para automóveis e não produzir dióxido de carbono, conservando a pureza do ar. Todavia, sua produção exige água altamente purificada para que haja a separação de suas moléculas das do oxigênio.
Fontes de energia
Existem duas fontes de energia no Mar do Norte que podem ser usadas para transformar água em hidrogênio: gás e energia eólica. Com a ajuda da eletricidade dessas fontes, a água (H2O) pode ser decomposta em hidrogênio (H2) e oxigênio (O). O hidrogênio pode servir como combustível limpo. Ao contrário dos combustíveis fósseis, nenhuma substância prejudicial é liberada quando se usa hidrogênio.
“Este projeto piloto mostra de forma proeminente como a integração entre os vários sistemas de energia toma forma. O Mar do Norte, onde tanto o vento quanto o gás natural estão disponíveis, é o lugar perfeito onde essa integração de sistemas pode ser realizada”, disse Lex de Groot , diretor e proprietário da plataforma da Neptune Energy, na Holanda.
O projeto também envolve o governo holandês, uma agência de pesquisa, a TNO e a associação Nexstep, criada para dar novas funções à infraestrutura de petróleo e gás.
Investimentos
No início de julho, a Neptune Energy Netherlands anunciou que investirá mais de 65 milhões de euros em novos desenvolvimentos de gás offshore. Segundo a empresa, isso contribui para a grande importância do setor de gás offshore e para as necessidades energéticas holandesas.
Em 2018, a produtora de gás offshore investiu mais de 5,3 milhões de euros em exploração, resultando em descobertas de gás de Ziegler e Andalusite. A empresa vai aumentar o investimento em exploração e está trabalhando no desenvolvimento de vários projetos em potencial.
“Dada a importante contribuição do gás natural para a sociedade holandesa e a economia, é crucial que o governo e a indústria trabalhem em estreita colaboração para otimizar o uso das reservas holandesas de gás offshore”, explicou o diretor Lex de Groot.
Independência energética
Isso trará à Holanda muitos benefícios do gás nacional sobre o gás importado, principalmente o da Rússia, como também uma menor emissão de CO2.
A Rússia exporta grande quantidade combustível para a Holanda, como petróleo, querosene, gasolina e gás natural. Apenas em 2015, os holandeses importaram 7,6 bilhões de m³ de gás da Rússia.
O projeto sustentável está totalmente de acordo com a política do governo holandês, de fortalecer a produção de gás offshore no país, e assim, fortificar também sua independência energética.
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