Um tribunal na cidade de Valência, no centro-norte da Venezuela, emitiu uma ordem de prisão para Nelson Piñero, líder político da oposição e membro do partido Encuentro Ciudadano, sob a acusação de ‘instigar o ódio’ contra o regime ditatorial de Nicolás Maduro.
Segundo relatos da defesa de Piñero, o Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) chegou à sua casa por volta da meia-noite, sem mandado de busca, anunciando à família que estavam cumprindo a ordem de prisão. Diante da relutância de Piñero em abrir a porta, os policiais acabaram entrando pelas janelas da residência.
O líder político foi transferido para a sede do Sebin em Naguanagua, ao norte de Valência, enfrentando acusações relacionadas ao conteúdo de suas declarações nas redes sociais. No prédio do Sebin, as autoridades informaram aos parentes de Piñero que ele seria preso “por escrever coisas no Twitter”.
A denúncia sobre a prisão de Piñero foi tornada pública por Delsa Solorzano, ex-candidata presidencial nas eleições primárias recentes e fundadora do Encuentro Ciudadano. Conforme Solorzano, que é uma advogada conhecida por seu amplo trabalho na defesa dos Direitos Humanos e dos presos políticos no país, a Lei Contra o Ódio, promulgada pela extinta Assembleia Nacional Constituinte do Chavismo, é inconstitucional e cerceou as funções do parlamento eleito em 2015.
Ainda sobre a gravidade da medida, ela enfatizou que “nenhum dos elementos criminosos que pretendem atribuir a Nelson tem lugar neste caso”.