O governo do Peru proibiu que as pessoas circulem em Lima e em Callao até as 23h59min desta terça-feira (5). A estratégia visa conter os protestos pelo aumento no preço dos combustíveis e dos fertilizantes que ocorrem há duas semanas.
Em um pronunciamento na TV, o presidente Pedro Castillo afirmou que “o Conselho de Ministros decretou estado de emergência, suspendendo os direitos constitucionais relacionados com a liberdade e segurança pessoal, a inviolabilidade do domicílio e a liberdade de reunião e circulação”.
“Vamos continuar trabalhando juntos para realizar os desejos do povo peruano, para promover o crescimento e o desenvolvimento, mas que seja justo e equitativo para o benefício de todos”, disse o mandatário.
Motoristas e trabalhadores do setor agrícola estão há mais de uma semana em greve. Desde o início dos atos, houve bloqueio de estradas em diversos pontos e confronto com forças policiais. Pelo menos 4 pessoas morreram.
O governo tenta acordo com sindicatos que representam as categorias que paralisaram. No último fim de semana, a alta cúpula do Executivo esteve reunida com representantes dos profissionais para discutir medidas que atenuem os valores no país.
As manifestações representam um duro golpe para a gestão em apuros do esquerdista Pedro Castillo, camponês e professor que venceu as eleições no ano passado com o apoio esmagador da população rural mais pobre.
Mas seu apoio vem diminuindo rapidamente, mesmo nas regiões rurais, e gira em torno de 25% em todo o Peru. Em 8 meses de governo, Castillo já foi alvo de duas tentativas de impeachment e trocou inúmeros ministros de seu gabinete.