O presidente do Paraguai, Santiago Peña, determinou que o embaixador venezuelano, Ricardo Capella, e sua equipe diplomática deixem o país em até 48 horas. A medida foi uma resposta à decisão do ditador venezuelano Nicolás Maduro de romper relações com o Paraguai nesta segunda-feira (6), em retaliação ao reconhecimento paraguaio de Edmundo González Urrutia como presidente eleito e, por isso, líder legítimo da Venezuela.
A ruptura ocorre após a divulgação de um comunicado oficial da Presidência do Paraguai, afirmando que González, e não Maduro, foi o vencedor das eleições presidenciais venezuelanas realizadas em julho do ano passado. No documento, o governo paraguaio declarou:
“O Governo da República do Paraguai comunica que reconhece o senhor Edmundo González Urrutia como presidente eleito da República Bolivariana da Venezuela e, nessa qualidade, com o direito de assumir a liderança de sua nação em 10 de janeiro, de acordo com a vontade soberana do povo venezuelano manifestada em 28 de julho.”
Na noite anterior ao anúncio oficial, Peña realizou um encontro com Edmundo González Urrutia e María Corina Machado, a principal líder da oposição ao regime de Maduro. Durante a conversa, o presidente paraguaio firmou compromisso de que seu governo assumirá liderança para trabalhar com a comunidade internacional e, com isso, consolidar o reconhecimento de González e promover a restauração da democracia na Venezuela.
“Continuaremos a trabalhar em conjunto com a comunidade internacional, não só para reconhecer a vitória de Urrutia, mas para restaurar a democracia na Venezuela no mais curto espaço de tempo possível”, sustentou Penã.
Antes do Paraguai, outros sete países já haviam reconhecido González como presidente legítimo: Argentina, Costa Rica, Uruguai, Panamá, Equador, Itália e Estados Unidos.