Na Austrália, três grandes partidos políticos foram hackeados. A Agência de Segurança Cibernética Australiana acredita que outro país esteja por trás do ataque cibernético, disse o primeiro-ministro Morrison no parlamento.
Morrison acrescentou que, a mesma agência está levantando a China como o possível perpetrador.
A data exata das eleições ainda não é conhecida, mas a Austrália provavelmente irá às urnas em maio deste ano.
“Tomamos uma série de medidas para garantir a integridade do nosso sistema eleitoral”, disse Morrison.
O ataque foi descoberto há dez dias, quando os servidores do parlamento australiano foram invadidos. Parece que nenhuma informação sensível teria sido capturada, nem haveria qualquer influência na batalha eleitoral, mas isso não pode ser totalmente confirmado. A investigação ainda está em andamento.
Método refinado
O chefe da Agência de Segurança Cibernética Australiana, Alastair MacGibbon, disse que não está claro quem realmente está por trás do ataque, ou qual foi o objetivo. Mas, afirmou que o criminoso demonstrou ter um trabalho refinado, e poderá apagar alguns de seus rastros antes que a investigação seja concluída. Mais importante, segundo ele, é que o perpetrador não tem mais acesso às redes parlamentares que foram hackeadas.
Senadores e funcionários das partes não tiveram mais acesso a seus e-mails, porque suas senhas foram alteradas pela agência de segurança. Posteriormente, as senhas foram redefinidas. Ministros e seus departamentos não foram afetados pelo ataque, pois trabalham através de outros servidores.
Em março de 2011, foi relatado também, que a China era suspeita de acessar o sistema de e-mail usado por deputados federais, seus assessores e funcionários eleitorais e parlamentares.
Violação da rede parlamentar é uma “chamada de alerta” para a segurança da nação
O líder da oposição, Bill Shorten, disse que a violação das redes é um “alerta”. Ele prometeu ajudar também pequenas empresas a se defenderem de ataques cibernéticos.
“O parlamento tem pelo menos recursos para se proteger”, disse ele à News.com.au.
“Fornecemos muitos dados para as grandes empresas internacionais e multinacionais de tecnologia e plataformas online. É muito importante que façamos mais para proteger nossos dados. ”
O chefe-executivo e diretor da empresa de segurança cibernética archTIS, com sede em Camberra, Daniel Lai, disse que o governo deve agir para reforçar suas defesas cibernéticas.
“Se os relatórios forem verdadeiros, a democracia da Austrália está sob ataque em uma guerra cibernética não declarada com entidades estrangeiras”, disse Daniel, em um comunicado à News.com.au.
“Isso prova mais uma vez que os modelos de segurança antiquados não têm mais a capacidade de proteger nossos sistemas existentes, nos quais confiamos para salvaguardar nossa soberania e valores nacionais. ”
Ataques semelhantes ao Parlamento Inglês
A violação cibernética ocorreu, em meio a revelações, de que parlamentares no Reino Unido foram alvo de uma tentativa de invasão às listas de contatos destes, por e-mail e telefone no início desta semana.
Christopher Pincher, parlamentar e chefe-adjunto do governo do Reino Unido, enviou um e-mail aos deputados federais, alertando-os para ignorar mensagens de texto e e-mails que pedem para “fornecer detalhes de contato no exterior” ou “baixar um aplicativo de mensagens seguras”, segundo o BuzzFeed News.
“Este é um hack malicioso que acessa sua lista de contatos e envia textos e e-mails para todos os seus contatos privados“, diz o e-mail.
Pelo menos um membro parlamentar supostamente caiu no golpe, com dezenas de membros adicionados a um grupo do WhatsApp chamado “Hack warning 1” (Alerta de Hack 1).