O parlamento de Israel começou a votar para se dissolver nesta quarta-feira (11) à tarde, marcando o primeiro passo que os líderes israelenses devem dar para convocar oficialmente uma terceira eleição sem precedentes, marcada para 2 de março de 2020.
Os parlamentares ainda têm até meia-noite de quarta-feira (11) para formar um governo, mas, como parece não haver ninguém capaz de obter o apoio de pelo menos 61 dos 120 assentos no Knesset de Israel antes do prazo, o país provavelmente será forçado pela terceira vez em menos de um ano a voltar às urnas.
Tanto o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu quanto seu principal rival, Benny Gantz, tentaram e falharam em formar suas próprias coalizões após uma eleição inconclusiva em setembro. Quando pressionados a formar um governo de unidade, onde ambos se revezavam servindo como primeiro-ministro, Netanyahu e Gantz se recusaram a comprometer suas demandas.
Netanyahu insiste em manter sua aliança com os partidos judeus ultraortodoxos, um movimento que irritou muitos israelenses porque os ultraortodoxos não são sionistas e não querem servir nas forças armadas.
Enquanto isso, Gantz se recusa a participar de um governo com Netanyahu, mas disse que está disposto a formar um governo com outro líder do partido Likud de Netanyahu.
Um membro do Likud chamado Gideon Saar já surgiu para desafiar abertamente a posição de Netanyahu como líder do partido.
“Se eu for eleito chefe do Likud, vou levá-lo à vitória”, anunciou Saar na terça-feira (10), citando pesquisas de que era mais provável que ele fosse capaz de construir um governo estável.
No entanto, outros membros do Likud se uniram em apoio a Netanyahu e ele deverá vencer Saar nas primárias do Likud em 26 de dezembro.
Gantz e Netanyahu disseram que estão trabalhando até o último minuto desta quarta-feira para evitar uma terceira eleição, mas ambos se culpam pelo impasse político de Israel.
O líder do Yisrael Beytenu e ex-aliado de Netanyahu, Avigdor Lieberman, disse que Netanyahu e Gantz são os culpados pela terceira eleição.
“Os dois principais partidos, que têm 65 assentos juntos, são responsáveis por outra eleição desnecessária. Além da batalha de ego que durou meses, nenhum dos dois realmente queria um governo de unidade, mas sim outra eleição”, disse Lieberman.
Os críticos de Lieberman apontam que Israel não estaria em uma terceira eleição se ele tivesse concordado em se juntar ao governo Netanyahu, após as eleições de abril.
Espera-se que outra eleição – que custará bilhões à economia israelense – produza resultados semelhantes.