O fato de Mark Zuckerberg ser dono do Facebook, WhatsApp e Instagram, o torna “a pessoa mais perigosa do mundo”, segundo Scott Galloway, professor da Escola de Negócios da Universidade de Nova York.
No programa “Bloomberg Markets: The Close”, o professor Galloway comenta a iniciativa do Facebook de integrar os serviços de mensagens das três plataformas. Pois, embora os usuários possam escolher usar os serviços individualmente, os três aplicativos ficarão sem a mesma infraestrutura técnica de back-end.
“Mark Zuckerberg está tentando criptografar o backbone [rede principal pela qual os dados de todos os clientes passam] entre o WhatsApp, o Instagram e a plataforma principal, o Facebook, de tal forma que ele tem uma rede de comunicação de 2.7 bilhões de pessoas”, disse Galloway na entrevista à Bloomberg. “O que poderia dar errado?”, indaga o professor.
“A noção de que vamos ter um indivíduo decidindo os algoritmos para um backbone criptografado de 2.7 bilhões de pessoas é assustador – independentemente das intenções da pessoa”, afirma Galloway.
O professor também expressa preocupação em relação às práticas democráticas, “uma salvaguarda fundamental para a sociedade é a diversidade de meios de comunicação/pontos de vista, verificações e equilíbrio”.
Além disso, Galloway ainda alerta que a iniciativa do Facebook de integrar a infraestrutura de mensagens poderia, na verdade, ser um esforço para construir uma defesa contra um possível caso de antitruste – lei que pune práticas anticompetitivas e fiscaliza a formação de monopólios e cartéis, evitando a grande concentração de poder econômico.
O caso está sob revisão do Departamento de Justiça dos EUA, que também deve investigar outras empresas de tecnologia, de acordo com uma reportagem do The Wall Street Journal. Zuckerberg não vai aceitar uma imposição do governo para acabar com o projeto.
“O que o Facebook está tentando fazer é tomar medidas preventivas contra qualquer tipo de antitruste para que [Zuckerberg] possa dizer: ‘seria impossível desfazer isso agora’”, disse Galloway à Bloomberg. Com informações, CNBC.