O papa Francisco acusou implicitamente a Rússia nesta quinta-feira (30) de “conquista armada, expansionismo e imperialismo” na Ucrânia. Ele chamou o conflito de “guerra de agressão cruel e sem sentido”.
A declaração foi proferida durante um encontro de líderes ortodoxos do Patriarcado Ecumênico de Istambul. No evento, o pontífice afirmou que a guerra no leste da Europa colocou os cristãos uns contra os outros.
Tanto a Rússia quanto a Ucrânia são predominantemente cristãs ortodoxas, mas há uma influente minoria católica de rito bizantino na Ucrânia que é leal ao papa. Os ramos oriental e ocidental do cristianismo se separaram no Grande Cisma de 1054.
“A reconciliação entre os cristãos separados, como meio de contribuir para a paz entre os povos em conflito, é uma consideração muito oportuna nos dias de hoje, pois nosso mundo está perturbado por uma guerra de agressão cruel e sem sentido em que muitos, muitos cristãos estão lutando entre si”, declarou o líder máximo da Igreja Católica.
Francisco também disse aos visitantes ortodoxos, em clara referência à Rússia, que todos precisam “reconhecer que a conquista armada, o expansionismo e o imperialismo não têm nada a ver com o reino que Jesus proclamou”.
Foi o segundo dia consecutivo em que o papa falou sobre o conflito na Ucrânia. Na quarta (29), ele condenou o bombardeio de um shopping center na cidade de Kremenchuk, chamando-o de o mais recente de uma série de “ataques bárbaros” contra a Ucrânia.