O domingo de 11 de julho de 2021 foi marcado pela violenta repressão do regime cubano contra uma onda de protestos que segue ganhando força no país.
Na cidade de Camagüey, o padre Castor José Álvarez Devesa foi brutalmente atingido pela força policial cubana e preso enquanto defendia manifestantes. O sacerdote está detido na delegacia de Monte-Carlo, em Camagüey, acusado de desordem pública.
Em entrevista à agência de notícias católica ACI Prensa, o padre Rolando Montes de Oca, sacerdote da arquidiocese de Camagüey, disse que é difícil explicar a origem das manifestações que ocorrem em quase todo o país, “mas que há elementos que nos ajudam a entender”.
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“A situação econômica neste momento é crítica e ficou ainda mais grave depois das medidas econômicas ditadas pelo governo no início do ano, que foram chamadas de ‘reordenamento econômico’ ou algo assim, e que definitivamente tornou a vida muito mais difícil”, explicou.
“Temos uma inflação fora do comum. Cada vez é mais difícil conseguir produtos de primeira necessidade, como os alimentos. Há uma situação de pobreza material muito séria”, lamentou.
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Além da crise econômica, os cubanos também estão sofrendo pela pandemia da covid-19, conforme antecipou o Conexão Política.
A situação do país já enfrentava níveis preocupantes, mas se agravou ainda mais após os primeiros registros da doença, acentuando a escassez de comida e itens de primeira necessidade. Informações do Conselho para a Transição Democrática denunciam que Cuba vive em uma ‘crise humanitária’ devido ao aumento das infecções. O grupo exige ainda que as autoridades estabelecessem um corredor humanitário de ajuda.
No contexto recente, cidadãos cubanos estão sendo obrigados a formar filas para se abastecerem com alimentos, assim como também sofrem com a escassez de medicamentos e substâncias farmacêuticas. Há também relatos de racionamento de energia e cortes de internet em várias partes do país.
“Estamos em plena crise da covid-19. Há muitas notícias circulando sobre pessoas que morrem, que não recebem a assistência médica que requerem, os hospitais entraram em colapso, circulam imagens de doentes nos corredores, inclusive em macas no chão”, completou o padre Montes de Oca.