O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, participou da discussão intitulada “Painel de Líderes – Futuro da Europa – Para Ficar Firme e Resistir” no Fórum Estratégico de Bled (FSB-2021), nesta quarta-feira (1º). O tema central da reunião foi o futuro da Europa, e Orbán partilhou a sua posição sobre a crise demográfica, a imigração em massa e a expansão da UE.
Ele disse que a abordagem aplicada em 2015, ou seja, a imigração descontrolada, pode destruir a identidade cultural da Europa, e a situação atual no Afeganistão está ameaçando a Europa novamente com ondas maciças de imigrantes indo para o continente, colocando “um desafio à nossa herança cristã comum”. O mandatário acrescentou que a situação “pode resultar em terrorismo e levar a dificuldades sociais para as quais não estamos preparados”.
Este é o motivo pelo qual o governo húngaro não aceita a imigração em massa como uma resposta adequada aos problemas demográficos. Orbán acredita no modelo tradicional de família cristã. Segundo o primeiro-ministro húngaro, a Hungria não quer mudar a identidade cultural do país.
Como a disputa sobre imigração está levando a divergências e dificuldades dentro da UE, Orbán acredita que o direito de decidir sobre a política de imigração deve permanecer com os Estados-Membros.
No que diz respeito ao alargamento da UE, ele destacou a Sérvia como o país-chave, porque “sem a sua adesão, não faz sentido falar de segurança ou de qualquer tipo de identidade europeia total”. Orbán disse que, geopoliticamente, a UE precisa da Sérvia mais do que o contrário, pois, à luz da atual crise, sem a Sérvia, a UE sofrerá muito em termos de segurança.
Em resposta a uma pergunta sobre sua visão da Europa, Viktor Orbán disse que é preciso “ficarmos juntos, mas a questão é como”. O primeiro-ministro húngaro considera o sucesso econômico como uma pré-condição para isso, porque, do contrário, não há base política para valores comuns.