Uma aliança liderada pela oposição venceu uma votação na segunda-feira (26) para liderar o Congresso do Peru, o que representa uma derrota para o presidente eleito, o socialista e líder sindical Pedro Castillo, às vésperas de sua posse, marcada para esta quarta-feira (28).
Na prática, isso representa um sinal de que seus planos de reformar a Constituição e aumentar os impostos vão enfrentar desafios.
Uma equipe de liderança chefiada pela parlamentar de centro María del Carmen Alva, do partido Ação Popular, obteve 69 votos contra 10 obtidos por um grupo rival liderado pelo militar da reserva Jorge Montoya, que é de um partido de direita.
Uma lista de candidatos proposta pelo partido de Castillo, Peru Livre, foi rejeitada por conta de questões procedimentais, ressaltando os desafios que o presidente eleito irá enfrentar para avançar reformas em um Legislativo fragmentado onde nenhum partido detém a maioria.
Alva, que será a presidente do Congresso no período de 2021-22, teve um apoio importante do partido de direita Força Popular, de Keiko Fujimori, candidata que perdeu por uma margem estreita para Castillo no segundo turno das eleições no dia 6 de junho, prometendo combatê-lo.
Pedro Castillo conquistou forte apoio entre a população rural e mais pobre, com um programa de governo que promete reescrever a Constituição do país andino, que já tem décadas, e aumentar expressivamente os impostos sobre as empresas de mineração de cobre para custear reformas nas áreas da saúde e da educação.
No domingo (25), o esquerdista anunciou uma lista de candidatos para liderar o Congresso escolhidos por seus partidos aliados, ao invés do seu próprio, para apoiar a “governança” no país, embora sua lista tenha sido rejeitada já que um dos candidatos não estava registrado da maneira correta.