O regime da Nicarágua, com aval do Ministério do Interior, cancelou nesta terça-feira (28) o estatuto legal de uma associação que prestava assistência a mulheres com câncer.
Outras 23 ONGs — incluindo oito que solicitaram dissolução voluntária —, foram anuladas sob a justificativa de que descumpriram as leis que as regulam.
A dissolução da Associação María Auxiliadora Pro-Mulheres com Câncer, registrada desde 28 de junho de 2004, foi acatada pela ministra do Interior da Nicarágua, María Amelia Coronel. A medida faz parte de um acordo ministerial publicado no jornal oficial nicaraguense La Gaceta.
Dados oficiais alegam que essa associação beneficente que cuidava de câncer do colo do útero e de mama em pacientes de baixa renda foi proscrita por descumprimento, porque “não apresentou demonstrações financeiras do período de 2020 a 2022”.
É dito, inclusive, que seu conselho de administração expirou em 29 de maio de 2021.
Oficialmente, com o fechamento dessas 24 ONGs, pelo menos 3.372 organizações desse tipo foram dissolvidas na Nicarágua desde que uma série de protestos populares ganharam força no país, a começar pelo histórico em abril de 2018.
A Nicarágua vive uma crise política e social sem precedentes, com eleições gerais de 7 de novembro de 2021 sob suspeitas. O pleito consagrou Ortega reeleito para um quinto mandato. Os principais adversários do ditador estão na prisão ou no exílio.