A jovem Nanoah Struik (19), por não se sentir nem como um homem e nem como uma mulher, solicitou que em seu passaporte constasse a indicação de “sexo neutro”. Neste mês, a permissão para a mudança foi autorizada por um juíz. Em vez de “M” ou “F”, Nanoah receberá um “X” em seu documento de identidade. Isso faz da jovem a segunda pessoa a receber um passaporte sem identificação de sexo na Holanda.
Nanoah Struik
Nanoah cresceu em Emmen, na província de Drenthe, na Holanda. Filha de pai nigeriano e mãe holandesa, ela sempre se sentiu diferente do resto.
Ao longo de sua vida, a jovem não se aceitava e quando seus seios cresceram, ela decidiu removê-los. Ela não pretende realizar outras operações e também não optou pelo tratamento hormonal masculino.
Primeiramente Nanoah pensou que fosse lésbica, mas não parou por aí. Sem saber o que estava passando com si mesma, fez pesquisas na internet, conheceu pessoas com o mesmo problema e depois de várias conversas decidiu que não seria “binária”.
De acordo com a jovem, seu pai nigeriano discorda de seu estilo de vida, mas sua mãe a apoia.
Primeiro Caso
Em 2018, Leonne Zeegers de Breda a precedeu. Ao nascer, Leonne foi diagnosticada com uma condição intersexual, características de ambos os sexos.
Quando Leonne nasceu em 1961, o seu sexo não pôde ser determinado. Foi então decidido classificar o bebê como homem.
No entanto, durante sua puberdade, Leonne não se adaptou e passou por um tratamento médico e operações para se tornar uma mulher. Mas isso trouxe ainda mais problemas para si.
Então, o tribunal holandês decidiu que a certidão de nascimento atual deveria ser “melhorada”. E o sexo foi modificado para: “sexo indeterminado”. Em seu julgamento, o tribunal disse que “em vista dos desenvolvimentos sociais e jurídicos”, o momento seria propício para o reconhecimento de um “terceiro sexo”.
Para tornar possível um “terceiro sexo”, agora designado como “X”, será necessária uma mudança na lei. E segundo o tribunal, “agora é a vez do legislativo”.
Leonne foi a primeira a ter em um passaporte holandês o “Sexo X”. Na Holanda não há legalmente opções para isso, como é o caso de homens e mulheres trans. Para as pessoas de condição trans, é permitido legalmente que seu “sexo” e nome sejam alterados em documentos por um valor relativamente baixo.
Portanto, Nanoah Struik será a segunda pessoa na Holanda a ter um “X” em seus documentos de identidade e a primeira não-intersexual.
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