Na Ucrânia, milhares de pessoas foram às ruas no domingo (6), contra um acordo do presidente Zelensky com a Rússia sobre autonomia para o leste do país. Muitos veem o plano, que se encaixa nas renovadas “negociações de paz” entre a Rússia e a Ucrânia, como alta traição.
Milhares de pessoas se reuniram na praça principal da cidade para protestar contra o acordo do presidente Volodimir Zelensky com a Rússia, no qual o presidente ucraniano pretende dar mais autonomia ao leste da Ucrânia, que atualmente está nas mãos de rebeldes apoiados pela Rússia.
Na terça-feira passada, enviados da Ucrânia e da Rússia chegaram a um acordo sobre um cronograma de eleições para a região de Donbass e sobre uma legislação que confere à área um status especial. A Ucrânia prometeu retirar suas tropas da linha de frente atual com os combatentes separatistas. O acordo faz parte dos esforços para acabar com cinco anos de conflito na região.
Uma grande troca de prisioneiros entre os dois países também ocorreu em setembro deste ano.
Rendição total
O novo acordo é visto pelo presidente como um primeiro avanço em um possível “tratado de paz” para o leste da Ucrânia. No entanto, muitos ucranianos veem os acordos como uma grande traição de Zelensky.
Vários cartazes com os escritos “Não se renda” foram vistos em diferentes locais em Kiev.
Os manifestantes consideram esse acordo o começo da rendição total da Ucrânia à Rússia.
Há anos, o conflito no leste da Ucrânia entre tropas ucranianas e rebeldes apoiados pela Rússia está em impasse. Apesar de um cessar-fogo formal, o bombardeio ocorre regularmente.
Desde 2014, o conflito custou a vida de mais de 13.000 pessoas.