A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, reiterou que a oposição venceu as eleições do último domingo, 28, apesar do anúncio oficial do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que proclamou Nicolás Maduro como vencedor. O resultado foi questionado pela comunidade internacional devido à falta de transparência no processo.
María Corina Machado afirmou já ter atas suficientes das urnas, cerca de 80% de todas as fichas cadastrais, para provar a vitória do candidato opositor Edmundo González Urrutia. Ela pediu aos seus apoiadores que voltem às ruas para novas manifestações. Em coletiva à imprensa, María Corina disse que, com base nos boletins obtidos, González recebeu 73% dos votos, totalizando 6 milhões, enquanto Maduro teria apenas 2,7 milhões.
“Hoje quero dizer a todos os venezuelanos, dentro e fora do país, que já temos como provar a verdade. Temos 73% dos votos e, com este resultado, nosso presidente eleito é Edmundo González Urrutia” declarou María Corina, ao lado de González.
O CNE havia proclamado Maduro vencedor antes mesmo de apresentar as atas oficiais, o que levou o líder chavista a denunciar uma tentativa de golpe de Estado. María Corina, que venceu as primárias mas foi impedida de disputar o pleito, anunciou que sua coalizão agirá nos próximos dias para “defender a verdade”.
A líder da oposição expressou orgulho pelos venezuelanos que protestaram nesta segunda-feira e convocou as famílias a tomar as ruas novamente no dia seguinte. “Estamos vendo expressões de cidadãos que resistem que roubem o seu futuro, que se desconheça a verdade. São expressões espontâneas nas zonas populares, legítimas frente a um regime ilegítimo,” afirmou a ex-deputada.
María Corina disse ser importante continuar lutando pela mudança: “Queremos que todos os venezuelanos que votaram pela mudança se unam amanhã em família. Estamos lutando por nossa família e por uma Venezuela da qual todos se sintam profundamente orgulhosos, para que possamos trazer nossos filhos de volta para casa.”
Edmundo González, aclamado como “campeão” pelo público presente no centro eleitoral da oposição, afirmou que as atas em posse da oposição mostram “categórica e matematicamente” o triunfo do grupo. “Nosso triunfo é histórico: ganhamos em lugares que nunca foram conquistados pelas forças democráticas deste país. Queremos que se respeite cada um dos milhões de venezuelanos que votaram”, externou o presidenciável.