Nesta quarta-feira (13), um tribunal de apelações da Argentina manteve a condenação da ex-presidente Cristina Kirchner a seis anos de prisão por corrupção, além de inabilitação perpétua para disputar cargos públicos. A decisão está ligada ao escândalo de desvios de recursos conhecido como Vialidad. No entanto, a prisão imediata de Kirchner não deve ocorrer, devido ao seu foro privilegiado.
Histórico da condenação
Cristina Kirchner foi presidente da Argentina de 2007 a 2015 e, posteriormente, vice-presidente de Alberto Fernández entre 2019 e 2022. A condenação por administração fraudulenta ocorreu em dezembro de 2022, tornando-a a primeira vice-presidente condenada no exercício do cargo. O esquema de corrupção beneficiou o empresário Lázaro Báez, envolvendo desvio de recursos em contratos de obras públicas.
Apesar da condenação, Cristina Kirchner sinalizou que pretende continuar na vida pública e foi anunciada como futura presidente do Partido Justicialista (PJ). Ela planeja participar das eleições de meio de mandato em 2025, quando algumas vagas do Congresso serão renovadas.
Possibilidade de prisão
A efetivação da prisão de Kirchner ainda é incerta. Na Argentina, a prisão de políticos com foro privilegiado só ocorre após o esgotamento de todos os recursos, que devem ser analisados pela Corte Suprema de Justiça. Além disso, devido à sua idade avançada (71 anos), Cristina Kirchner pode solicitar cumprir a pena em regime domiciliar.
A decisão marca um capítulo importante na história política da Argentina e levanta questões sobre a continuidade da influência de Kirchner na política nacional, mesmo após a confirmação da condenação.