As eleições para o Parlamento da União Europeia, realizadas entre os dias 6 e 9 de junho, confirmaram uma expressiva vitória da direita, que se aliou a blocos de centro para manter a maioria e derrotar os partidos de esquerda e extrema esquerda. A participação massiva dos eleitores, especialmente dos jovens, foi determinante para o resultado histórico.
Os jovens europeus, muitos votando pela primeira vez aos 16 anos, foram essenciais para moldar o desfecho das eleições. Entrevistas conduzidas pela BBC News já antecipavam um crescente desencanto com a esquerda política e suas políticas ambientais, levando muitos a optar por partidos de direita em vários países europeus.
Mare Verlinde, uma estudante belga de 17 anos, externou em uma reportagem do canal britânico a importância deste momento: “Finalmente temos uma voz significativa”. Seu colega, Auguste Duchene, comentou: “A Europa precisa avançar e se fortalecer”.
A segurança é uma preocupação crescente entre os jovens, muitos dos quais cresceram em tempos incertos. Lore Sleeckx, de 17 anos, expressou preocupação com questões de segurança nacional: “Meus professores de história dizem que uma nova guerra mundial não seria surpresa”. Este medo tem levado muitos jovens a reconsiderar suas posições políticas.
Apesar do forte apelo ecológico nas eleições europeias de 2019, os jovens deste ano voltaram-se para partidos de direita, buscando soluções para problemas que acreditam serem negligenciados pela esquerda.
Na Holanda, o Partido pela Liberdade (PVV), liderado por Geert Wilders, obteve um avanço significativo, evidenciando a frustração dos jovens com as opções políticas tradicionais. Lazar Potrebic, de 25 anos, disse à BBC: “Não somos extremistas, apenas estamos frustrados”. Ele afirmou que sente que as necessidades de sua geração não são atendidas pelos partidos progressistas.